Os criminosos praticam furtos comercializando mochilas; uma vítima teve a sua roubada em 3 de abril em um bar na Rua dos Pinheiros. Momentos depois, a mochila vazia foi usada pelos suspeitos para levar outra bolsa de um estabelecimento a menos de 500 metros da primeira.

Infratores levam mochilas em Pinheiros, na Zona Oeste de SP

Para tentar amenizar a sensação de insegurança, o bar Quebec, em Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo, começou a distribuir lacres de segurança para os clientes protegerem bolsas e mochilas nas cadeiras do estabelecimento.

A ação ocorreu após criminosos roubarem mochilas de clientes na região. Em 3 de abril, Danilo Oliveira Rodrigues, de 27 anos, teve sua mochila roubada em outro bar, perto de Quebec. Os suspeitos levaram um laptop, um celular e diversos pertences pessoais do cliente, incluindo uma carteira, chaves, fones de ouvido e um microfone de lapela.

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Danilo foi assaltado no Bar Trilha, e a ação foi filmada por câmeras de segurança eletrônica.

No vídeo, é possível ver dois parceiros — um deles falando ao telefone e o outro segurando uma mochila e um casaco — aproximando-se do balcão. Eles ficaram próximos um do outro até que um dos homens notou uma mochila, a de Danilo, presa em uma parede do piso do estabelecimento. Ele se abaixou e puxou a mochila para perto da perna.

Então, ele fez um gesto obsceno: pegou a mochila que estava no chão e deixou a que estava com ele lá. Minutos depois, pegou a mochila de Danilo e saiu do bar. O suspeito que estava falando ao telefone permaneceu no bar por mais alguns segundos antes de ir embora.

1 de 1 Mochila e bolsa protegidas com uma braçadeira de plástico para prender na cadeira do banco. — Imagem: Arquivo pessoal/ Brian Camargo

Mochila e bolsa presas com zíper à cadeira do banco. — Imagem: Arquivo pessoal/ Brian Camargo

“Fomos até o banco, pedimos uma mesa e deixamos nossas mochilas uns com os outros nos bastidores. Havia algumas pessoas na mesa e outras em pé no balcão, e acabei me levantando para conversar com outros bons amigos e pegar um doce”, disse Danilo, que só percebeu que havia sido assaltado quando estava prestes a ir embora.

Ao chegar em casa, Danilo recebeu uma mensagem de outro rapaz no Instagram, informando que havia encontrado sua mochila em outro bar, o Âmbar, a menos de 500 metros da Trilha. Ele localizou Danilo graças a um compromisso feito no livro que estava na mochila.

“Conversei com ele por telefone. Durante a conversa, expliquei o que realmente tinha acontecido e informei o que havia na sacola. Ele disse que a enviaria naquela mesma noite, mas depois me enviou uma mensagem de áudio dizendo que não se sentia seguro e que havia deixado a sacola no banco, dizendo que eu a pegaria no dia seguinte ou mandaria alguém”, relatou Danilo.

O homem que procurou Danilo é advogado e, naquela mesma noite, seu estagiário também teve sua mochila roubada no banco. Os suspeitos levaram um laptop.

Nessa situação, os dois suspeitos estariam sentados atrás da mesa de trabalho do advogado. Eles fingiram beber e consumir, mas, ao mesmo tempo, trocaram a mochila que estava no chão. A troca foi feita com a mochila vazia de Danilo.

O G1 tentou contato com os três bares abordados no evento, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve retorno.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) afirmou que o caso de Danilo foi registrado como furto pelo Terminal Policial Eletrônico e encaminhado para a 14ª Delegacia de Polícia (Pinheiros).

“As equipes da unidade se dedicam a exames que visam identificar o criminoso e esclarecer a verdade.”

Pinheiros é o bairro com mais arrombamentos e roubos de celulares

A cidade de São Paulo teve um celular roubado ou furtado a cada 3 minutos nos dois primeiros meses de 2025. No total, foram registrados 29.169 registros policiais entre janeiro e fevereiro. Os dados são do portal da transparência da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Segundo o levantamento do G1, áreas da Zona Oeste e do complexo urbano, com maior concentração de pedestres, lideram a lista. Pinheiros é uma das comunidades mais perigosas da região, com 1.023 casos — o equivalente a 17 celulares roubados ou arrombados por dia.

A via menos segura no financiamento para proprietários de celulares é a Avenida Paulista, na cidade, que teve 469 roubos ou furtos registrados nos primeiros 2 meses. Em segundo lugar na classificação está a Avenida Cruzeiro do Sul (354 ocorrências), seguida pela Praça da Luz (320) e pela Rua Augusta (246).