
Estes são os primeiros registros nos 45 anos do projeto Tamar. O primeiro caso foi de um animal de estimação marcado em 2010, na Praia do Especial (bacharelado); enquanto a segunda ocorrência foi de uma fêmea marcada em 2001, em Ubatuba (SP).
Tartaruga descoberta em Ubatuba põe ovos em Fernando de Noronha
A Estrutura de Projeto Tamar recuperou duas tartarugas marinhas neste período reprodutivo de 2024/2025. As fêmeas foram inicialmente marcadas longe de Fernando de Noronha, em Ubatuba (SP) e na Praia do Especial (bacharelado). Estes são os primeiros registros nos 45 anos de trabalho com a ilha. As tartarugas-verdes (Chelonia mydas) foram identificadas botando ovos (veja o vídeo ao lado).
A primeira recaptura foi feita no início desta temporada, em dezembro de 2015, com um animal que já havia sido encontrado na Praia do Forte, em 2010. A segunda recaptura ocorreu em abril, com uma tartaruga identificada em Ubatuba, em 2001, que depositou seus ovos em Noronha.
A tartaruga encontrada na fase juvenil na Bahia depositou seus ovos na Praia do Leão. A tartaruga que foi marcada em São Paulo depositou seus ovos na Praia da Quixaba.
1 de 2 Tartaruga marcada em Ubatuba desova na Praia da Quixaba, em Fernando de Noronha — Foto: Buday Santos/Projeto Tamar
Tartaruga marcada em Ubatuba desova na Praia da Quixaba, em Fernando de Noronha — Foto: Buday Santos/Projeto Tamar
A Praia do Forte fica a 1.147 quilômetros da ilha, enquanto Ubatuba fica a 2.565 quilômetros de Fernando de Noronha. Os pesquisadores comemoraram a identificação dos animais, que permaneceram no local de alimentação quando jovens e retornaram à ilha, quando adultos, para depositar seus ovos.
“Esses animais nasceram em Fernando de Noronha e buscaram vários outros locais para se alimentar.Isso comprova que as tartarugas-verdes são migratórias e retornam ao seu local de nascimento para desenvolver seus ninhos. As recapturas são um ponto de virada; compensam o nosso trabalho”, afirmou Rafaely Ventura, organizador do Tamar Job.
A pesquisadora também elogiou a eficiência das etiquetas de reconhecimento. “Os documentos comprovam que a técnica de marcação funciona; as etiquetas duram muito bem. Uma etiqueta tem 14 anos e outra tem 24 anos. Isso é necessário”, avaliou Rafaely Ventura.
O organizador do Tamar também afirmou que os documentos comprovam os resultados positivos de mais de quatro anos de trabalhos de conservação do Projeto Tamar. “É a lei do retorno para o nosso trabalho e para as tartarugas, de fato”, afirmou Rafaely.
Período recorde
A temporada reprodutiva das tartarugas marinhas de 2024/2025 está prevista para terminar no final de junho, mas já quebrou todos os recordes. O maior número de ninhos já registrado foi em 2022/2023, quando foram registrados 430 ninhos. Nesta temporada, o número de desovas já ultrapassou 700 ninhos.
“Temos um registro, devemos atingir 800 ninhos até o final da temporada. Estamos satisfeitos com os resultados”, comemorou Rafaely Ventura.
2 de 2 Marco de identificação feito há 24 anos foi descoberto — Foto: Buday Santos/Projeto Tamar
Marco de identificação feito há 24 anos foi encontrado — Foto: Buday Santos/Projeto Tamar
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