O indivíduo que pirateou um ônibus e manteve o motorista refém por mais de 2 horas na Avenida José Pinheiro Borges, em Itaquera, zona leste de São Paulo, era ex-funcionário da empresa de ônibus.
As autoridades divulgaram apenas o nome do sequestrador: Adriano, de 36 anos. A vítima foi liberada ilesa. O incidente ocorreu na madrugada de quarta-feira, 30 de abril.
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De acordo com Renato Marques Pavão, comandante interino do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e responsável pelas negociações, o sequestrador teria entrado em uma crise após deixar o emprego, enfrentando problemas financeiros – ele estaria no vermelho com um agiota – e diante do fim de um relacionamento amoroso.
Um homem sequestrou um ônibus na região de Itaquera, na zona leste de São Paulo, nesta quarta-feira, 30 de abril. Foto: Reprodução/TV Globo
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“Ele é ex-funcionário desta empresa e a motivação que ele apresentou é justamente o fato de ter deixado aquele emprego. Ele deixou o emprego há cerca de um mês, pediu demissão, (mas) estava afastado e aparenta estar com dificuldades financeiras. Ele não tinha antecedentes criminais. Esses foram os motivos que ele nos deu”, disse o dirigente em entrevista nesta quarta-feira. Adriano estava dentro do ônibus, como passageiro, quando manteve o motorista refém com uma faca de cerca de 40 centímetros por volta das 17h40. O ônibus operava na linha 407L-10 (Barro Branco – Guilhermina Esperança) e pertence à empresa Express Transportes Urbanos, onde Adriano trabalhava. Em determinado momento da viagem, ele (o sequestrador) mostrou a lâmina, colocou-a bem perto do motorista e pediu que ele saísse do veículo. Os passageiros ficaram extremamente preocupados, e uma comoção começou.Ele guiou o motorista do veículo até esta rua, pediu que ele atravessasse o ônibus, os passageiros saíram e ele manteve (o motorista) preso lá dentro”, afirmou Pavão. Até as últimas informações divulgadas, a possibilidade de ele estar embriagado, sob efeito de drogas ou medicamentos não havia sido descartada. Segundo as autoridades, a lógica do sequestrador era complexa, o que dificultava a compreensão e o acompanhamento das exigências do sequestrador durante toda a negociação. “O que ele disse foi um pouco desconexo, mas ele pediu que o que buscava fosse divulgado. Durante o acordo, ele solicitou a presença do advogado e trouxemos uma pessoa que o acompanhou, um perito, para que ele ficasse um pouco mais tranquilo”, disse ele. Segundo o policial, o sequestrador não reconheceu o refém, embora ambos trabalhassem no mesmo estabelecimento. “Ele não conhecia o alvo, foi aleatório. “Ele reconheceu pela sombra do ônibus que era o que ele atendia, então entrou”, disse ele. “A vítima estava muito nervosa, era um homem idoso e tinha a faca bem perto dele.” A estrada em direção à unidade da cidade foi completamente bloqueada e agentes especializados em arranjos persuadiram o homem a se render após cerca de duas horas e meia. Atiradores de elite foram posicionados para atirar no homem, se necessário, o que não ocorreu. Por volta das 20h, Adriano foi levado a uma delegacia de polícia e preso.
