Se o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), decidir concorrer ao governo de São Paulo no ano que vem, a prefeitura da maior capital do país estará oficialmente sob o controle bolsonarista. Não é pouca coisa herdar a maior metrópole do Brasil, com 12,4 milhões de habitantes. Nos bastidores, lideranças políticas ligadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro comemoram essa possibilidade. Se a hipótese se confirmar, quem herdará a prefeitura será o substituto de Nunes, o coronel reformado da Polícia Militar Ricardo Augusto de Mello Araújo (PL), de 53 anos, ex-comandante da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar, a Rota, força de elite da Polícia Militar de São Paulo. Nunes depende da decisão do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de entrar ou não na disputa pelo Palácio do Planalto. Hoje, Tarcísio é o nome mais forte no campo tradicional para substituir Bolsonaro, que está inabilitado até 2030 por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Até agora, é um jogo de vídeo sutil: Ricardo Nunes não pode se dizer prospecto, assim como Tarcísio. Nenhum dos dois pretende irritar os apoiadores de Bolsonaro e, consequentemente, acabar perdendo o apoio no ano que vem. O prefeito, no entanto, não esconde o desejo de se candidatar a governador e, segundo lideranças políticas próximas a ele, faz marketing no dia a dia. Mello Araújo foi indicado como vice-chefe de Estado de Nunes nas eleições municipais de 2014 pelo próprio Bolsonaro. No governo federal anterior, foi presidente da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo). Em 2024, o coronel da reserva afirmou ser “os olhos, os ouvidos e os braços de Bolsonaro em São Paulo”.

A chapa de Nunes venceu a eleição no segundo turno contra Guilherme Boulos (PSOL), por 59,35% a 40,65% dos votos. Por ora, o militar também evitou discutir um possível desligamento de Nunes do cargo de prefeito para concorrer ao Palácio dos Bandeirantes. Ele afirma que a tendência é que o prefeito encerre o mandato até o fim, mas admite que “sempre há a possibilidade de uma candidatura”. A iniciativa de se tornar o favorito Mello Araújo vem de uma família militar. Assim como Bolsonaro, ele é um defensor do uso de equipamentos pela população.

Ele era contra a vacinação para

combater a Covid-19 e não vacinou os filhos durante a pandemia. Ele afirma que quer criar uma guarda municipal “muito forte, estilo Rota” na capital paulista. O coronel é conhecido e estimado nas Forças Armadas. Ele é constantemente chamado de “chefe” ou coronel, e não de prefeito substituto. Ele não tem charme, mas vem tentando

se tornar proeminente e conquistar as pessoas à sua maneira. Morador do Tatuapé, na zona leste de São Paulo, ele tem ido trabalhar de metrô, do seu bairro até o centro de São Paulo, onde fica a prefeitura.

Ele fez isso, inclusive durante o último período de dez dias, quinta-feira, dia 1º, em que presidiu a cidade pela primeira vez como prefeito interino, substituindo Nunes, que havia viajado à Ásia em busca de investimentos. Mello Araújo afirma que sempre usou transporte público para ir ao trabalho e faz isso “para não perder suas raízes”. Ele costuma postar sobre suas viagens de metrô nas redes sociais.

Como prefeito substituto, ele conta com a segurança da Polícia Militar. Período interino conturbado Quando assumiu como prefeito interino,O coronel aposentado criou debate e um constrangimento particular para Nunes. Aparentemente, sem notificar o prefeito, ele rejeitou o assessor executivo de Segurança Alimentar de São Paulo, Carlos Eduardo Fernandes, ligado ao Solidariedade, alegando a existência de corrupção na organização. O deputado Paulinho da Força, chefe de estado do Solidariedade e ligado à Força Sindical, ficou furioso. Ele disse que o coronel desrespeitou Fernandes, um aliado de Nunes. “Garanto que não há corrupção. Carlos trabalhou duro no projeto de Ricardo e essa posição foi consensual”, afirmou. Fernandes havia se candidatado a vereador em 2024 e não foi eleito. Também sem consultar Nunes, Mello Araújo demitiu um funcionário do grupo na Secretaria Municipal de Direitos Civis e um assessor do Departamento de Abastecimento da Secretaria de Segurança Alimentar. Em sua breve gestão, ele também decidiu começar a construir um estacionamento gratuito sob o Elevado Presidente João Goulart, o Minhocão, apesar de o prefeito Ricardo Nunes ainda estar considerando a possibilidade de construir um jardim no local. Incursões na Cracolândia O novo prefeito de São Paulo concentra suas atividades na tentativa de restaurar a clientela da medicina e oferecer assistência a pessoas com deficiência. Ele tem visitado regularmente casas de repouso. Muitas vezes, sem se decidir, ele também vai à “Cracolândia”, na região central de São Paulo, e oferece trabalho a dependentes químicos. O coronel costuma perguntar aos clientes: “Quem quer emprego?”. Aqueles que aceitam são encaminhados para procurar vagas de emprego. Em março, o coronel e o vice-prefeito tiveram um desentendimento com o Padre Júlio Lancelloti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua da Arquidiocese de São Paulo.na região da zona leste de São Paulo, onde o padre ajuda moradores de rua. O coronel criticou duramente o padre, dizendo que ele dá comida, mas não incentiva moradores de rua e dependentes químicos a iniciarem tratamento para o vício. Mello Araújo alegou que o padre deveria abrir sua igreja para acolher moradores de rua. Lancelloti respondeu. Ele afirmou que não recebe dinheiro da prefeitura e que “quem recebe dinheiro para isso é quem deve adotar essas medidas”. Ele também mencionou que a objeção, vinda de uma autoridade como o novo prefeito, alimenta o ódio contra a população em situação de rua. Leia mais em PlatôBR.

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