
Sindicatos denunciam o desmonte do sistema de saúde e afirmam não ter mantido diálogo com a prefeitura, apesar das iniciativas da categoria. A diretoria explica ‘ociosidade’ e mudança no perfil do atendimento. 1 de 1 Exterior do Centro de Saúde dos Servidores Públicos Municipais de SP — Foto: Edson Hatakeyama
Exterior do Posto de Saúde dos Servidores Públicos Municipais de SP — Foto: Edson Hatakeyama
A Superintendência do Hospital dos Servidores Públicos Municipais de São Paulo (HSPM) anunciou no dia 5 de maio o fechamento do setor de obstetrícia do sistema. Em nota, a diretoria afirma que a decisão se deu em razão da inatividade funcional e de uma mudança no perfil do atendimento.
Para o Sindicato dos Empregados em Administração Pública e Autarquias da Comarca de São Paulo (Sindsep) e o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), a decisão é liminar. A classificação também é contrária à privatização do serviço público. No dia da notícia, as empresas realizaram uma manifestação em frente à unidade médica para se opor à decisão. “O Sindsep e o Sindicato dos Profissionais da Saúde repudiam a decisão e exigem uma mesa de negociação com o engajamento de trabalhadores e clientes para rever o futuro da Unidade de Saúde dos Servidores Públicos Municipais”, afirmaram as entidades. Para Juliana Salles, assistente geral do Simesp, não houve diálogo com os funcionários. Apesar das reivindicações por acordo, dos esforços dos sindicatos para realizar uma mesa para discutir o futuro dos serviços prestados aos funcionários, das objeções dos trabalhadores quanto à importância do serviço,”Em vista da excelência da maternidade e da demanda por um local adequado para o atendimento aos funcionários, a superintendência do HSPM determinou o fechamento da unidade de obstetrícia”, afirmou. Thiago Agostini Braga, diretor de tecnologia do centro de saúde, afirma em nota enviada ao Simesp que o HSPM realizou estudos para chegar à decisão. Segundo o texto, houve “aumento nas internações de funcionários de nível superior e de pacientes com cirurgias eletivas programadas, acompanhado de redução significativa no número de partos e internações por causas obstétricas”. Com base nessas informações, “pode-se concluir que a estrutura física e os recursos humanos atualmente alocados à unidade de obstetrícia do HSPM ainda apresentam capacidade funcional”, especifica. Segundo a declaração do supervisor, a unidade de obstetrícia será transferida “para execução externa, com contrato de prestação de serviços”. No entanto, não há detalhes sobre como isso ocorrerá.
Para a diretora do Simesp, Flávia Anunciação, no entanto, essa é uma decisão arbitrária. “O posto de saúde está sendo transferido sem que haja diálogo com as entidades e os trabalhadores, sem que saibamos definitivamente para onde as funcionárias grávidas serão encaminhadas. Essa é uma postura da superintendência, sem transparência na qualidade dos custos, sem acordo. Quem pode garantir que o fechamento do setor obstétrico seja o melhor para os trabalhadores?”
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que “a maternidade e o serviço de obstetrícia funcionam normalmente no Centro de Saúde do Servidor Público Municipal (HSPM). Além disso,está sendo pesquisada a contratação de serviço externo para realização de partos de servidoras públicas municipais, com o objetivo de maximizar a utilização dos leitos da unidade médica do dispositivo, sem qualquer prejuízo ao atendimento às gestantes.”