
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), fez um tour pela China nos últimos dias e, em Hangzhou, cidade que hoje concentra os avanços tecnológicos do país, parou para falar ao telefone na noite de quinta-feira (25).
“Estou em um Starbucks agora para falar com você”, disse ele. “E o celular do atendente está na minha frente, em cima de um balcão. Ele está andando de um lado para o outro. Isso não seria possível em São Paulo, mas aqui há uma complacência.” O prefeito tirou uma foto do café, a pedido. “Já tirei.”
Ele estava saindo de visitas às fábricas da Hikvision e da Dahua, empresas que fornecem câmeras de segurança para seu programa em São Paulo, o Smart Sampa.
“Ambas disseram que nenhuma cidade na América Latina tem um programa do tamanho do nosso, muito parecido com o que eles têm aqui na China”, disse ele. Nunes quer mais, depois do que viu em ambas. “Vamos adotar muito mais tecnologias.” Ele mencionou não apenas a ampliação do reconhecimento facial de possíveis criminosos, mas também atividades voltadas para o tráfego local, como a melhoria da sinalização inteligente, o envio de mais ônibus para locais onde mais usuários são reconhecidos e a contagem de passageiros que embarcam. “Há oportunidades para ação”, disse ele, falando sobre o descarte irregular de lixo. “Vamos mapear e instalar câmeras de vídeo nos locais. O sistema reconhece quando as pessoas jogam lixo, verifica a placa do veículo e emite um alerta.” Ele também detalhou o reconhecimento de tiros e a “leitura de quem está dirigindo o veículo”. Segundo o prefeito de São Paulo, “com o sistema adicional que será implementado, vamos tornar a cidade bastante segura”. Quando questionado sobre os riscos à privacidade dos moradores,Ele respondeu que “isso já foi superado”, com a demonstração de integridade alcançada. “Foi bastante desafiador persuadi-los na imprensa, na sociedade, mas todos vocês veem o resultado hoje”, respondeu ele. “Obviamente, juntamente com a responsabilidade da nossa LGPD [referência ao Regulamento Geral de Proteção de Dados], os métodos rigorosos de gerenciamento do uso dessas imagens.” Ele acrescentou que São Paulo e o Brasil têm mais a aprender com a China, além da inovação, para atingir a percepção “básica” de proteção. “O que precisamos? Leis mais rígidas. Não posso deixar de mencionar, no entanto, que aqui na China, por exemplo, há penas de prisão perpétua para traficantes de medicamentos.” Na realidade, dependendo da quantidade e do tipo de medicamento oferecido, da posição na máfia e da ligação com o tráfico internacional, a pena pode variar de menos de 3 anos à pena de morte na China. No passeio turístico chinês, o prefeito também afirmou ter aprovado “a primeira fase de financiamento de US$ 100 milhões” (R$ 568 milhões) com o Banco da China para substituir ônibus a diesel por elétricos. “Vamos ampliar isso”, garantiu. “Provavelmente seremos capazes de tornar essa situação econômica viável.”
Sobre os ônibus elétricos, ele disse que localizou no parque tecnológico da Huawei em Xangai “um sistema de armazenamento de energia que não precisa ser de média ou alta tensão, que armazena até mesmo baixa tensão, para garantir que possa faturar sem depender da Enel”, a concessionária.
“Vou executá-lo, vou eliminar a Enel”, afirmou.