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Por que os seres divinos femininos são chamados de Yabas?

BY Site Noticias

Elas regulam os valores humanos e os aspectos fundamentais da vida. O poder feminino das Yabás no sábado — Foto: AI com cores e marca d’água de Pai Paulo de Oxalá.

Nas religiões de origem africana, o termo Yabá — a versão portuguesa da expressão iorubá Àwọn Àyaba, que significa “Rainhas-Mães” — é usado para designar as divindades femininas que controlam as forças da natureza e os elementos essenciais da vida. No Brasil, o sábado é comumente dedicado a estes Orixás: Yemọja, Oxum, Yánsàn, Iyewa, Obá e Nàná.

Cada um deles representa não apenas os elementos naturais, como água, vento ou barro, mas também valores humanos, como maternidade, coragem, desenvolvimento, sabedoria e amor. Sua oração está amplamente presente na vida espiritual e cultural do povo brasileiro, sendo celebrada em terreiros, festas populares e também nas práticas do calendário não oficial. Yemọjá, considerada a mãe de muitos Orixás, está relacionada à família e à água do mar. Embora na África seu culto esteja ligado aos rios, no Brasil ela reina sobre o mar e é comumente reverenciada no litoral como a grande mãe e ícone do equilíbrio psicológico. Suas oferendas são comuns nas praias no dia 2 de fevereiro, véspera de Ano Novo e também aos sábados. Oxum, ligada à água doce, fertilidade, maternidade, sensualidade e prosperidade, é uma das divindades mais cultuadas na prática iorubá. Seu culto é marcado por elementos dourados e flores amarelas. No Brasil, ela também se tornou um ícone da força feminina negra, associada à resistência, ao amor e ao cuidado materno.

Yánsàn ou Ọya é a Orixá dos ventos, raios e tornados. Ela representa o nervo, a transformação e o movimento.Ela é o ser divino guerreiro e guardião dos espíritos dos mortos, com forte presença nas rotinas de orações genealógicas. Embora seu dia litúrgico seja quarta-feira, ela também é reconhecida aos sábados. Iyewa, portanto, regula transformações refinadas e está associada ao charme, à beleza e à alegria de viver. Ela representa o silêncio próspero e produtivo, o autoquestionamento e o retiro que antecede a cura. Apesar de ser abundante, ela guarda um significado distinto e reservado, como uma estrela que brilha sozinha nos céus. Ọbà nasce na mente como um símbolo de amor dedicado e superação do sofrimento psicológico. Ela foi uma das esposas de Xangô no folclore iorubá e, no Brasil, é venerada como um exemplo de integridade, sacrifício e renovação. Sua jornada motiva especialmente as mulheres em processos de fortalecimento e recuperação da autoestima.

Nàná, uma das primeiras divindades do panteão africano, é a senhora do barro, das águas barrentas e da sabedoria ancestral. Seu culto no Brasil é fortemente ligado à ancestralidade e aos ciclos de vida e morte.

Juntas, essas divindades representam diversas expressões da espiritualidade feminina. O sábado, dedicado a elas, é considerado um dia de poder, no qual os terreiros realizam rotinas, melodias, danças e oferendas para homenageá-las. Em muitos terreiros, este é o momento marcado para homenagens e louvores, declarando a função central das Yabás no culto aos Orixás.

Kíkí Ọjọ́ àbémẹ́ta agbára obìrin aya! Kíkí àwọn Àyaba! (Salve Sábado, dia do poder feminino! Salve as Rainhas Mamães!)

Curiosidade etimológica:

A palavra Òrìṣà, que deu origem ao termo “Orixá” em português, é um substantivo masculino na língua iorubá. Como resultado,também ao descrever mulheres seres divinos, como Ọ̀ṣun ou Yemọja, o termo correto é “o Orixá” — e não “o Orixá”.

Axé para todas as pessoas!

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