Participação de Pessoas com Deficiência Torna a Disponibilidade Mais Segura no Metrô de São Paulo

Uma rampa retrátil é utilizada para embarque e desembarque de pessoas e dispositivos de mobilidade na Linha 5-Lilás do Metrô de São Paulo. Foto: Divulgação/ViaMobilidade. Episódio 187 do Vencer
Coluna Limites no Jornal Eldorado; acompanhe o Podcast PUBLICIDADE E MARKETING. A participação de pessoas com deficiência na construção e ampliação de acessibilidades aumenta a segurança dos recursos, o que reforça a necessidade da população com deficiência desempenhar um papel de destaque na sociedade para a realização de transformações essenciais. É o resultado sensato do ditado “Absolutamente nada que nos diz respeito, sem nós”, porém ainda uma exceção. Um exemplo dessa dinâmica está em uso desde janeiro deste ano nos 17 terminais da Linha 5-Lilás da Cidade de São Paulo, operada pela concessionária ViaMobilidade e que atende a zona sul da cidade de São Paulo, entre Capão Redondo e Chácara Klabin. Trata-se de um equipamento simples, uma rampa dobrável posicionada sobre o vão de oito a nove centímetros entre o sistema e o primeiro veículo – o mais próximo
do maquinista–, para a entrada ou saída de pessoas em cadeiras de rodas. Quem usa a Linha 5-Lilás provavelmente já viu o procedimento inúmeras vezes. Quando o usuário de um dispositivo de mobilidade chega ao terminal, um funcionário o orienta pelo rádio
e também pode acompanhá-lo até a área de embarque. A rampa fica armazenada na plataforma, conectada ao trem e aos embarques individuais. Caso seja um desembarque, a equipe já é informada e aguarda a pessoa com deficiência no local indicado.Publicidade A mudança da fonte começou em 2014, há cerca de oito meses, quando uma viajante procurou a ouvidoria para expor suas preocupações com relação à segurança.O nome do cliente certamente não será divulgado em respeito à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A rampa utilizada na época era construída em aço, rígida, sem articulação, e pesava 20 quilos. Segundo a ViaMobilidade, todas as especificações técnicas da estação, plataforma e trem atendem às normas atuais, mas o movimento dos passageiros entrando e saindo faz com que o vagão se mova – como uma embarcação ancorada no píer, mas dançando sobre as ondas do mar –, o que causou medo na cliente ao transitar com sua cadeira de rodas motorizada. O registro despertou o interesse da concessionária, que iniciou as obras de modificação da rampa e desenvolveu uma característica mais leve, resistente e, principalmente, muito mais segura, com a capacidade de reduzir o balanço que causava ansiedade no passageiro. O equipamento é construído em fibra de vidro, pesa 7,2 quilos, tem pouco mais de meio centímetro de espessura (55 mm), cerca de um metro de largura e comprimento, e suporta até 150 quilos de toneladas. São duas placas de dimensões diferentes, unidas por uma junta que estabiliza a oscilação do vagão, com um dente que é fixado à rede por onde passa a porta, criando uma trava que aumenta ainda mais a segurança. Antes da última aprovação, a rampa foi enviada para avaliação de um funcionário da ViaMobilidade, também usuário de cadeira de rodas motorizada, etapa crucial que trouxe um produto adicional de grande importância. Sob a orientação do funcionário com deficiência, a equipe instalou fitas antiderrapantes em todo o recurso, algo evidente para quem tem uma vida inteira de experiência com os obstáculos e inseguranças do dia a dia, mas que ainda passa despercebido por pessoas sem experiência com deficiências.A propaganda da ViaMobilidade menciona que atualmente são oferecidas 34 rampas, duas para cada um dos 17 terminais da Linha 5-Lilás, que recebe cerca de 3.000 pessoas com necessidades especiais por mês e possui características físicas específicas, como plataformas curvas, que personalizam o tamanho do espaço entre o trem e o solo. É considerada estratégica devido à sua proximidade com instituições como a AACD, o Instituto Jô Clemente (IJC), a Fundação Dorina Nowill para Cegos, o Hospital São Paulo e o Hospital do Servidor Público Estadual. O custo total de produção e execução das novas rampas é de R$ 130.000, segundo a concessionária. A experiência de um passageiro da Linha 5-Lilás e o atendimento de um funcionário da ViaMobilidade, ambos usuários de dispositivos de mobilidade, transformam o recurso utilizado para embarque e desembarque. Foto: Divulgação/ ViaMobilidade. Central de Informações para Pessoas com Deficiência – Inaugurada em 2 de abril, a Central de Informações para Pessoas com Deficiência funciona na entrada do terminal Santa Cruz da Linha 5-Lilás. É a primeira do sistema metroferroviário antes das catracas. Uma campanha do governo de São Paulo, por meio da Secretaria de Estado das Liberdades Civis da Pessoa com Deficiência (SEDPcD), em parceria com a ViaMobilidade, gerida pela ITS Brasil, funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, exceto feriados. O espaço conta com um espaço sensorial para autistas e neurodivergentes, com isolamento acústico, controle de iluminação e poltronas privativas com revestimento lateral, para acomodar os clientes em dilema e reduzir os estímulos externos até que o particular alcance a autorregulação. Há também a oferta de serviços de manutenção e pequenos reparos em dispositivos de mobilidade e bengalas.Além de recomendações para a rede de atendimento da SEDPcD. Outros dois centros atendem na Linha 3-Vermelha, nos terminais Tatuapé e Palmeiras-Barra Funda, ambos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Há também uma área sensorial no terminal Pinheiros da Linha 9-Esmeralda, no mezanino superior, próximo à Sala de Supervisão Funcional (SSO), monitorada por um vigilante. O ambiente conta com isolamento acústico para redução de ruídos externos, tapetes de EVA no piso e nas paredes, revestidos em tons mais claros e suaves, brinquedos como balanço em formato de trem, brinquedo de abraço, brinquedos adaptados, pufes e sofás. A central de atendimento da ViaMobilidade pode ser acessada pelo telefone 0800 770 7106, pelo WhatsApp (11) 91277-6323 e também por meio de um site.