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Protesto na Favela do Moinho

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Moradores montaram barricadas para obstruir a passagem de trens após o governo federal de São Paulo começar a destruir as primeiras residências na comunidade

Um protesto realizado ao meio-dia desta segunda-feira, 12, por moradores da Favela do Moinho, último bairro ainda de pé no centro de São Paulo, impactou o fluxo de pelo menos três trens da capital paulista. As linhas 7-Rubi

, 8-Diamante e 10-Turquesa, além do Expresso Aeroporto, tiveram suas operações afetadas a partir das 16h. As soluções supostamente voltaram ao normal apenas uma hora e meia depois, por volta das 17h30. PUBLICIDADE No início do meio-dia, o governo de São Paulo começou a destruir as primeiras casas de famílias que foram removidas do bairro nas últimas semanas, em meio a um plano da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) de transformar o espaço em um parque. Moradores contrários à ação colocaram barreiras e trilhos ideais ao longo da

favela, construída há pouco mais de três anos sob o viaduto que liga as avenidas Rui Barbosa e Rio Branco, próximo à Estação Júlio Prestes. PUBLICIDADE Moradores se opõem à demolição das primeiras casas na favela do Moinho Imagem: Taba Benedicto/Estadão O governo estadual afirma que está oferecendo diversas alternativas de moradia para que as mais de 800 famílias que vivem na favela saiam de lá por vontade própria, com o acordo de auxílio-moradia até que os imóveis estejam prontos. Muitos seguros afirmam, no entanto, que as propostas não têm sido suficientes, principalmente para as famílias que desejam permanecer no local — há gerações que cresceram na favela e trabalham perto. Como noticiou o Estadão,Alguns moradores relatam que aceitaram a licença por medo de não receberem nada. As linhas 7-Rubi, 8-Diamante e 10-Turquesa, além do Expresso Aeroporto, tiveram seus procedimentos afetados por volta das 16h. Foto: Taba Benedicto/Estadão A CPTM informou que, por volta das 16h10 desta segunda-feira, a circulação dos trens da linha 710 foi interrompida entre as estações Palmeiras-Barra Funda e Luz, devido à obstrução na linha férrea próxima ao Moinho. “Os trens da Linha 7-Rubi circulam entre as estações Jundiaí e Palmeiras-Barra Funda, enquanto os trens da Linha 10-Turquesa circulam entre as estações Rio Grande da Serra e Luz”, afirmou em comunicado. A CPTM sugeriu, como opção, que os passageiros optassem pelas Linhas Urbanas 1-Azul e 3-Vermelha, que trafegam pelas estações. Ele também afirmou que os trens da linha Expresso Aeroporto, que partem do Terminal da Luz (em oposição ao Terminal Palmeiras-Barra Funda), também foram afetados. A ViaMobilidade informou, por volta das 17h, que a circulação dos trens entre os terminais Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, da Linha 8-Diamante, foi interrompida. Os passageiros, informou a concessionária, estavam sendo orientados sobre as possíveis opções por meio de avisos específicos. “Equipes da concessionária estão verificando a situação em tempo real, em conjunto com as autoridades competentes, e estão trabalhando para restabelecer os procedimentos imediatamente”, afirmou a concessionária. “A ViaMobilidade reforça seu compromisso com a segurança dos passageiros e a integração dos serviços.” Seis residências foram demolidas no primeiro dia. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação,O trabalho teve início na segunda-feira em “seis casas que representam risco devido à sua estrutura precária, que já foram interditadas pela Prefeitura”. A ação, que durou aproximadamente das 14h às 16h, foi realizada em conjunto pela Companhia de Habitação e Desenvolvimento Urbano (CDHU), a Subprefeitura da Sé e a Defesa Civil. A secretaria acrescenta que, até o momento, 168 famílias que viviam na Favela do Moinho foram realocadas. O trabalho teve início no dia 22 de abril, período também marcado por manifestações de moradores. A remoção das famílias da Favela do Moinho começou no final de abril. Foto: Taba Benedicto/Estadão “No total, 752 famílias já aderiram ao reassentamento (88% do total), e 599 estão credenciadas, ou seja, já estão aptas a assinar os termos e receber as chaves assim que as ferramentas estiverem prontas”, afirma a secretaria. “Até o momento, 548 já selecionaram o imóvel residencial ou comercial de destino para o último apoio ou sugeriram a alternativa de uma Carta de Crédito Privada para procurar um imóvel no mercado, o mesmo número que já iniciou o processo para receber assistência imobiliária”, acrescenta. A previsão é de que o trabalho prossiga nos próximos dias para realizar as adaptações programadas com as novas famílias. O governo Tarcísio de Freitas pretende transformar a área em um parque, além de criar “um polo de desenvolvimento urbano para aprimorar a execução da Estação Bom Retiro”. A área, no entanto, pertence à União. Para viabilizar a obra, o governo federal deve aceitar ceder o terreno ao Estado, em um processo solicitado pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Imobiliário (SDUH).Questionado pelo repórter sobre a demolição das primeiras residências, o departamento ainda não respondeu.

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