
Recentemente, policiais militares do estado de São Paulo começaram a receber novas armaduras, adquiridas pelo governo de São Paulo por meio do Centro de Produtos Bélicos (CMB) do Ministério da Defesa.
O governo federal pagou R$ 33 milhões por 17.000 coletes fabricados pela empresa francesa Protecop, que venceu a licitação, embora um dos modelos tenha sido perfurado durante um exame balístico realizado em novembro. No mesmo teste, vários outros modelos da mesma marca foram aceitos, porém, conforme consta no edital, a ruptura de um deles seria suficiente para validar a rejeição da proposta da empresa. De acordo com as regras do processo licitatório dos coletes, o produto não seria aprovado caso houvesse perfuração em qualquer um dos projéteis finalizados no teste balístico. Foto: Recreação
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Ao contrário do que foi inicialmente desenvolvido na proposta, a polícia permitiu que a empresa fornecesse uma nova amostra do colete perfurado, dias depois, para outro exame balístico. No segundo exame, o colete foi aceito.
No registro público de mensagens trocadas durante o procedimento de licitação, o leiloeiro havia apenas repetido aos concorrentes o entendimento de que o novo teste deveria ocorrer no mesmo exemplar, sem detalhar condições que permitissem a discussão de um novo colete. O procedimento adotado representou uma adaptação do que havia sido previsto no edital e repetido durante o procedimento de licitação.
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Três empresas se opuseram em recursos contra a decisão da Polícia Militar de prosseguir com um novo exame do colete Protecop, apesar da reprovação em uma avaliação considerada crucial. O pedido de desclassificação foi negado.
Em notas à imprensa, a Secretaria de Estado de Proteção Pública mencionou que o produto adquirido atende aos critérios nacionais e internacionais e que “já foi examinado e considerado apto em outros três processos licitatórios” promovidos pela Polícia Militar, o que reforça “a integridade e a qualidade do material”.
A principal fonte de receita da Protecop vem de um convênio com o governo federal de São Paulo e é representada por Victor Hugo Acuña Muñoz, chileno radicado no Brasil. Esta não é a primeira proposta de PM vencida pela empresa francesa.
Quando questionado,
ele afirmou que o colete Protecop “atende plenamente aos mais altos padrões internacionais e nacionais de segurança” e afirmou que a substituição foi possível por se tratar de um “teste destrutivo”.
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Texto oferecendo os coletes Protecop no processo licitatório que culminou na compra de 17 mil unidades, mesmo após o modelo ter sido perfurado por disparo durante o teste.
Foto: Reprodução/Procedimento de licitação do Governo do Estado de São Paulo
O modelo escolhido é o tamanho básico P, dentre os 21 tamanhos oferecidos. De acordo com a apresentação principal feita pelo fabricante durante o processo de licitação, todos os modelos consideram 4,8 kg por metro quadrado, com variação de 3%, e são confeccionados em poliamida, poliéster e elastodieno. O colete oferece proteção nível IIIA NIJ 0101.06 para a parte superior do corpo, costas e laterais. “É usado sobre a vestimenta e garante a proteção do indivíduo contra agressões durante o cumprimento de sua missão, mantendo um ótimo desempenho de atividade”, especifica o texto da Protecop. Devido ao seu formato ergonômico,
A modificação de autoaderência nos ombros e nas laterais facilita a colocação do colete”, continua o texto. “Todos os bolsos para as mochilas balísticas são facilmente acessíveis com fechos de velcro” e “os formatos recortados permitem que o usuário se mova rapidamente, incluindo puxar, inclinar-se, sentar, dirigir, correr, rastejar e subir sem impedimentos”, informa a mensagem. Leia também: Sobre o material utilizado, o fabricante menciona que “o forro do colete é feito de malha antibacteriana e hidrofílica”, “as juntas são reforçadas” e “a mochila balística adaptável é colocada em um envelope de tecido em camadas, impermeável e anti-UV, que protege as fibras da luz, do calor e da poeira, permitindo que mantenham seu desempenho ideal durante toda a vida útil”.
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Registro de teste de abertura revela falha do colete Protecop, adquirido pela Polícia Militar de São Paulo; a empresa passou por novo exame e foi aprovada. Imagem: Reprodução
A capa do colete Pode ser lavado na máquina, com água a uma temperatura de 30 °C, e pode ser seco ao ar livre, em um suporte de parede. O uso de secadora deve ser evitado. Como foi o teste? O relatório do teste balístico, também incluído na notificação, afirma que o modelo P padrão foi submetido a 6,44 tiros de qualidade Magnum, em vários pontos de influência. O quinto tiro, com uma velocidade de 441 m/s, foi o que perfurou o colete.