Não estou entusiasmado com o assunto, afirma Nunes sobre câmeras na Guarda Civil de São Paulo
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), declarou nesta segunda-feira, 15, que não tem paixão pela ideia de vigiar guardas civis municipais com câmeras corporais.
“Não tenho paixão pelo assunto, mas vou seguir o que o Tarcísio [governador do estado de São Paulo] aprendeu e certamente colocarei em prática no momento oportuno”, afirmou, em entrevista ao Uol.
“Meu foco principal, mais do que fiscalizar meu agente da lei, é perseguir bandidos. Estou determinado a colocar criminosos atrás das grades”, acrescentou o prefeito. Em abril deste ano, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil contra a Secretaria Municipal de Segurança Urbana e a Guarda Civil Metropolitana (GCM) para exigir o uso de câmeras corporais por policiais da corporação. O Grupo de Trabalho Especial de Segurança Pública (Gaesp) ofereceu à gestão metropolitana um prazo de 30 dias para apresentar uma minuta do programa. Responsável por cuidar da Guarda Civil Metropolitana da capital, Nunes sugeriu que a instalação de câmeras de vídeo não seja o foco, argumentando que as câmeras de rua devem ser utilizadas com mais intensidade, já que “monitoram tanto policiais quanto infratores”. O uso dos equipamentos é obrigatório em nível estadual desde dezembro de 2024, quando o ministro Luís Roberto Barroso, do Superior Tribunal de Justiça, determinou que os equipamentos devem registrar as ações ininterruptamente. Em sua decisão, Barroso citou casos de violência policial contra pessoas que não representaram perigo ou resistência, e de câmeras sendo desligadas intencionalmente. O governador já foi contra os equipamentos, mas mudou de ideia.Tarcísio de Freitas (Republicanos) já criticou as câmeras em trajes oficiais, sugerindo que “os criminosos é que devem ser monitorados, não as autoridades”, e que esses equipamentos certamente prejudicariam a atuação dos agentes de segurança pública. Pressionado por situações de violência policial, o governador mudou de ideia. Em dezembro de 2024, ele afirmou que estava errado em ser contra o uso dos dispositivos e afirmou que as câmeras de vídeo ajudariam a punir desobediências cometidas por agentes do governo estadual.
