
São Paulo
Versão Milla Vieira, vencedora do Miss São Paulo 2024, entrou com uma ação judicial contra a Meta — empresa responsável pelo Instagram — após ser alvo de uma série de comentários racistas nas redes sociais logo após a conquista do título. O F5 teve acesso ao processo, que tramita em regime de urgência na 2ª Vara Cível do Fórum Regional do Tatuapé, em São Paulo. O caso está sendo conduzido pelo juiz Antonio Manssur Filho, que obteve a remoção imediata de quatro publicações ofensivas e ainda ordenou que a Meta divulgasse os dados de 93 pessoas envolvidas nas agressões. A decisão judicial determinou multa de R$ 50 mil caso a ordem não fosse cumprida. O objetivo era identificar, por meio de endereços IP, os autores dos comentários racistas e permitir que fossem responsabilizados criminalmente por seus atos. O processo foi instaurado no final de 2023, mas as repercussões da situação ainda repercutem. Na resposta enviada ao Tribunal de Justiça de São Paulo, a Meta declarou que sete das contas declaradas não existem mais — provavelmente desativadas ou apagadas pelos próprios indivíduos, sendo que outras 11 necessitam de “detalhes adicionais” para serem localizadas. Apesar da decisão favorável, a defesa de Milla, representada pelo advogado Eduardo Barbosa, ressaltou que a ação das revistas racistas continua ativa. No final de fevereiro de 2025, ele requereu a aplicação da multa estipulada pela Justiça pelo descumprimento da ordem. Paralelamente à ação cível, a esfera criminal também avança. Um dos homens acusados de injúria racial por ter chamado a modelo de “Miss Cracolândia” foi identificado pela Polícia Civil e prestou depoimento no Terminal Seccional de Avaré, no interior de São Paulo.Procurada pela reportagem, a Meta respondeu que não irá se manifestar
sobre o caso.