
Impulsionada pelo clima favorável e pelo crescimento e maturação do parque cítrico de São Paulo e Minas Gerais, a safra de laranja 2025/26 deve apresentar um desenvolvimento de 36,2% em relação à anterior nos dois estados. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (9) pelo Fundecitrus, em Araraquara (a 273 quilômetros de São Paulo), e se refere ao cinturão citrícola desenvolvido pelo interior paulista e pelo Triângulo/Sudoeste Mineiro. É a principal região produtora de laranja do globo. Segundo o órgão, a previsão é de que a colheita seja de 314,6 milhões de caixas de laranja (40,8 quilos cada), com uma margem de erro de 7 milhões a 8 milhões de caixas, o que indica uma colheita entre 306 milhões e 322 milhões de caixas. A previsão feita em maio de 2014 para a safra anterior era de 232,38 milhões de caixas, a pior em mais de três anos, e que se confirmou — foram colhidas 230,87 milhões de caixas, 0,65% abaixo da estimativa inicial. O diretor executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres, afirmou que o clima é um fator vital para definir como será a produção de qualquer cultura agrícola. “O principal elemento para o aumento da colheita, além da adubação, irrigação e controle de pragas e doenças, é o clima. Um ano extremamente quente e completamente seco compromete toda a colheita, principalmente após a floração […] Estamos voltando aos níveis de uma colheita média. Não é uma colheita alta, mas é uma colheita ótima”, afirmou. O clima influenciou a floração inicial, que foi prejudicada pelo calor de agosto e setembro de 2014, porém a alta umidade do solo entre outubro e dezembro, com chuvas acima da média, reverteu o cenário e estimulou a segunda floração.que ocorreu em abundância. As chuvas de janeiro e fevereiro deste ano impulsionaram o “estabelecimento” e o desenvolvimento dos frutos. Além de ser 36,2% maior que a safra passada, os dados disponibilizados nesta sexta-feira mostram um crescimento esperado de 4,8% em comparação à média das últimas 10 safras no cinturão cítrico. Segundo Ayres, o inventário realizado pelos técnicos da empresa revela ainda que houve um crescimento de 7,5% na variedade total de árvores adultas, que estão mais produtivas, o que também contribui para o aumento previsto na colheita. O parque cítrico cresceu de 199,311 milhões de árvores para 209,085 milhões. “Com os excelentes custos ocorridos em 2023 e 2024, o citricultor manteve até as árvores menores [não tão produtivas], e os pomares mais jovens também amadureceram”, disse ele. O peso médio de cada laranja deve permanecer o mesmo em relação às últimas safras: 158 gramas atualmente, contra 159 na safra 2024/25 e 160 na safra 2023/24. Folha Mercado Receba
em seu e-mail os acontecimentos mais importantes da economia; Aberto para não assinantes. Carregando… Em um auditório com cerca de 200 grandes produtores rurais e entidades ligadas à citricultura, o Fundecitrus também divulgou dados que revelam o desenvolvimento da área irrigada na cultura nos dois estados. O índice de irrigação, que era de 3% em 2005, aumentou para 25% 10 anos depois e, hoje, chega a 45%, o que significa que praticamente uma em cada duas laranjeiras depende de irrigação para se desenvolver. O índice é maior no Triângulo Mineiro, com 98% da área irrigada, o que se explica por ser uma região mais seca em comparação ao interior de São Paulo. Há áreas de São Paulo com ótima irrigação,como as regiões centro e norte (60% a 80% irrigadas
), já em outras, com clima mais ameno e chuvas mais bem distribuídas, a técnica é quase desnecessária. Isso vale para Itapetininga, segundo Ayres, que tem 1% de irrigação.