O incidente ocorreu na porta do apartamento de Iza Potter, no Bela Panorama, no domingo (13). O caso foi registrado como lesão corporal na 78ª DP. O agressor ainda não foi identificado. 1 de 2 Lobista trans Iza Potter — Imagem: Reprodução/TV Globo
Ativista trans Iza Potter — Foto: Reprodução/TV Globo
A manifestante trans e comunicadora social Iza Potter — agredida gravemente por um homem no prédio onde mora, no centro de São Paulo, no domingo (13) — afirmou em entrevista à GloboNews que, ao ser agredida, achou que ia morrer e pediu justiça por seu caso.
Lugar de homens que agridem mulheres trans ou cis é na cadeia. Lugar de pessoas que não podem estar em sociedade. Ele estava lá prestes a me eliminar. — Iza Potter, manifestante derrotada
Ela também questiona o que teria acontecido se a porta do condomínio não tivesse fechado e ela tivesse ficado do lado de fora.
O incidente foi registrado por câmeras de segurança do condomínio, localizado no Bela Panorama (veja abaixo). Nas imagens, Iza aparece tentando expulsar o agressor do prédio. O homem, que ainda não foi identificado pela polícia, deu socos e tapas na vítima, além de puxar seus cabelos.
Devido ao golpe, o lado esquerdo do rosto dela ficou inchado e com áreas arroxeadas, principalmente ao redor dos olhos.
A lobista que luta contra o transfeminicídio, o feminicídio e a violência de gênero afirmou que encontrou o agressor na rua enquanto passeava com seu cachorro. Durante a conversa, ele alegou ter sido assaltado. Iza então o convidou para visitar seu apartamento, onde fizeram sexo.
Manifestante trans é agredida na porta de sua residência em São Paulo
Ao longo da parceria,O homem ficou furioso e acusou o lobista de roubo. Ela então o expulsou de casa e foi com ele até a saída do prédio. “Quando cheguei na porta do prédio, eu ia me despedir. Quando fui me despedir, ele pegou minha blusa, começou a me segurar e as agressões começaram ali”, relata. Ela também afirmou que, como o homem a estava agarrando pela camiseta, decidiu tirar a blusa para se esquivar, mas ele começou a puxar seus cabelos. “Sou uma pessoa um pouco dura, peguei o braço dele, mas vi que ele não ia me soltar. Tirei a camiseta e me enfiei no apartamento. Depois disso, ele puxou meu cabelo […] e foi uma luta”, lembra. Iza tentou se soltar, mas não conseguiu. O homem a socou várias vezes no rosto e tentou tirá-la do local, mas ela se segurou na porta com as pernas. Minutos depois, o agressor apareceu e deu outro soco no rosto da vítima. Até que, depois que ela gritou por socorro, um vizinho e um amigo próximo apareceram e a ajudaram. Eles também chamaram a Polícia Militar. Iza afirmou que subiu rapidamente até a casa para se vestir e esperar os policiais. Enquanto isso, o agressor circulava pelo apartamento após arrombar a porta da frente. Segundo o manifestante, nenhum dos vizinhos o impediu, e por isso ele fugiu. O caso foi registrado como lesão corporal na 78ª Delegacia de Polícia dos Jardins, que está trabalhando para identificar o agressor. Iza explicou que decidiu compartilhar a violência física que sofreu para influenciar outras vítimas a denunciarem seus agressores.
“Escolhi expor minha imagem para garantir que outras mulheres soubessem e não se sentissem culpadas. Inicialmente, pensei que a culpa fosse minha, mas não é o caso, ele é o culpado […] Agora, quero justiça, que ele pague e que isso não aconteça com mais ninguém.”
Procurada, a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPPA) informou que “as investigações sobre o caso estão em andamento na 5ª Delegacia de Polícia (Aclimação), que está realizando diligências para identificar o autor e esclarecer todas as circunstâncias do ocorrido.”
2 de 2 Lobista é agredida em SP.– Foto: Reprodução
Lobista é agredida em SP.– Foto: Reprodução
