
Imagens registraram o momento em que Luan Felipe Alves Pereira levantou e jogou um homem de uma ponte no ano passado. O policial foi libertado após a Justiça conceder um habeas corpus.
Policial joga homem de uma ponte em São Paulo
A Justiça de São Paulo acatou a denúncia do Ministério Público e indiciou o policial militar que atirou em um homem de uma ponte na Zona Sul da cidade em 2015. Ele responderá por tentativa de homicídio. Um vídeo registrou a ação policial.
Imagens gravadas por uma testemunha registraram o momento em que o policial militar Luan Felipe Alves Pereira levantou e jogou um homem de 25 anos de uma ponte em Vila Clara. Procurada pela imprensa, a defesa do policial militar não se pronunciou.
No dia 10, a 13ª Câmara de Direito do Trabalho do Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu habeas corpus para garantir que o militar possa responder ao caso com flexibilidade, desde que não pratique atos públicos e se mantenha a, pelo menos, 300 metros de distância da vítima.
Segundo apurou a TV Globo, o habeas corpus foi concedido porque a prisão preventiva foi considerada uma “antecipação de pena”.
Tanto a Corregedoria da PM quanto a Polícia Civil investigaram o caso. O Inquérito Policial Militar (IPM) aberto pela Corregedoria foi encerrado em dezembro. O inquérito da Polícia Civil foi aberto no dia 14.
Ambos concluíram que, ao jogar o homem da ponte, o militar cometeu o crime de tentativa de homicídio. Ele foi indiciado em ambos os inquéritos.
Altura de quase 4 metros
Na questão agora apreciada pela segunda Vara do financiamento, o promotor de Justiça Vinicius França destacou que a vítima, chamada Marcelo Amaral, foi arremessada por cima do parapeito de uma altura de quase quatro metros.
O promotor de justiça acrescentou ainda que “o crime foi cometido de forma que dificultou a defesa da vítima” e que ela só não morreu porque “caiu de joelhos e, portanto, não atingiu nenhum órgão importante do corpo contra o chão”.
Exatamente como aconteceu o ocorrido 1 de 2 Vídeo revela o momento em que um policial joga um homem de uma ponte durante uma queda em SP– Foto: Reprodução/TV Globo
Vídeo revela o minuto em que um policial joga um homem de uma ponte durante uma queda em SP– Imagem: Reprodução/TV Globo
Imagens gravadas por uma testemunha revelam o momento em que o soldado levantou o jovem e o jogou da ponte (veja acima).
Em depoimento à polícia, Marcelo Amaral informou que pilotava uma moto na Avenida Cupecê quando freou o carro. Ele afirmou que não estava falando de banda larga. Nesse momento, os policiais começaram a correr em sua direção.
O rapaz então desceu da moto e começou a correr. No entanto, ele foi atacado com golpes de cassetete na cabeça e nas costas.
Em seu depoimento, Marcelo também relatou que o policial das Forças Armadas o levou “pelo colarinho” até a ponte e lhe deu duas opções: mergulhar ou ser jogado.
Ele também especificou que havia dito que não era um ladrão e que a motocicleta não havia sido levada. Depois disso,O policial ordenou que sua perna o jogasse. Marcelo também informou aos policiais que caiu sob o riacho, e moradores de rua que moram sob a ponte o informaram que havia uma maneira de escapar. Ele caiu de joelhos e sofreu ferimentos na cabeça causados pelos golpes de cassetete, não pela perda. O alvo especificou que conheceu um motorista desconhecido e conseguiu uma carona até a UPA de Santa Catarina. PM joga homem de ponte após abordagem em SP Marcelo ainda enfatizou que não sabe por que foi atacado, e que os PMs nem sequer pediram seus registros ou seu nome, apenas o perseguiram. Segundo o jovem, os policiais não estavam abordando ninguém e estavam dependendo da rua. O rapaz relatou que não tem antecedentes criminais, trabalha como manobrista na região da Avenida Paulista e Jardins e que estava sozinho naquele dia.
Antecedentes da PM 2 de 2 PM que jogou homem da ponte é o soldado Luan Felipe Alves Pereira — Foto: Reprodução
PM que jogou homem da ponte é o soldado Luan Felipe Alves Pereira — Foto: Reprodução
O soldado da PM que jogou o homem da ponte já foi indiciado por homicídio doloso por matar um homem com 12 tiros em Diadema, na Grande São Paulo, em 2023.
Segundo a TV Globo, o caso foi arquivado em janeiro porque o Ministério Público entendeu que houve legítima defesa. A Justiça então deferiu o pedido.
Luan atuava no Patrulhamento Ostensivo com Apoio de Motocicleta (Rocam), do 24º Batalhão da PM de Diadema.