
Um homem de 31 anos, morador do interior de São Paulo, foi diagnosticado com sarampo, sendo o primeiro caso da doença no estado de São Paulo em 2025. O homem, que já havia sido imunizado, não precisou de internação e está completamente recuperado, sem sinais e sintomas. A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou o caso na última quinta-feira, 17 de abril, e informou que a localização da infecção ainda está em investigação. Embora o homem resida na cidade de São Paulo, há indícios de que ele tenha adquirido o vírus durante uma viagem à cidade de Jacarezinho, no Paraná, onde começou a apresentar os sintomas no início de abril. A constatação reacende o alerta para a importância da vacinação e da segurança epidemiológica, principalmente em um contexto global de aumento de casos da doença. O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, conhecida por sua capacidade de se espalhar rapidamente em áreas com baixa cobertura vacinal. Transmitida por via respiratória, a infecção pode infectar aproximadamente 90% das pessoas não imunizadas que entram em contato próximo com um profissional de saúde. No caso do paciente de São Paulo, os primeiros sinais e sintomas foram febre alta, manchas vermelhas no corpo e tosse, sintomas típicos da doença. A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou que, até o momento, não foi identificado nenhum outro caso relacionado, o que sugere que a infecção não gerou um surto local. Medidas de controle e prevenção, como monitoramento de contatos próximos e reforço da imunização, foram imediatamente implementadas em conjunto com o Ministério da Saúde. O estado de São Paulo registrou o primeiro caso de sarampo desde 2022.
Há três anos,A doença, que é extremamente infecciosa, não foi registrada aqui. O paciente é proprietário do financiamento. ➡ Assista: https://t.co/bFwcwLqjJH #GloboNews pic.twitter.com/rodShh2nUc!.?.!— GloboNews (@GloboNews) 19 de abril de 2025 A vacinação é considerada o principal instrumento para prevenir o sarampo, e o Brasil tem um longo histórico de esforços para controlar a doença. A vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) para pessoas de 12 meses a 59 anos. No caso da pessoa, o fato de ter sido vacinada pode ter contribuído para a ausência de complicações graves, pois a imunização, embora não seja 100% eficaz, reduz drasticamente a intensidade dos sintomas. Em 2024, São Paulo atingiu 98,7% de cobertura vacinal para a vacina tríplice viral, o maior índice desde 2016, mas especialistas alertam que bolsões de baixa adesão ainda representam um risco. O contexto histórico do sarampo no Brasil já o identificava como um país livre da doença em 2016, quando obteve a certificação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No entanto, a circulação do vírus foi retomada em 2018, impulsionada por fatores como o fluxo migratório de áreas com surtos intensos e a queda nas taxas de vacinação. Em 2019, o país perdeu sua qualificação após registrar mais de 21.700 casos, com São Paulo entre os centros, principalmente na capital, onde 363 casos foram confirmados somente naquele ano. A situação exigiu campanhas massivas de reforço da dose e esforços coordenados para conter a disseminação. Entre 2016 e 2017, o Brasil não registrou nenhum caso comprovado da doença, um marco que demonstra anos de planos públicos eficazes. A reintrodução do vírus em 2018,No entanto, destacou vulnerabilidades no sistema de saúde e bem-estar, como desinformação sobre vacinas e hesitação vacinal. O último caso nativo da ilha, ou seja, com transmissão regional, foi gravado em junho de 2022, no Amapá. Em novembro de 2024, o país recuperou o título de eliminação do sarampo, mas a situação recente em São Paulo reforça a necessidade de manter a vigilância. A Europa e a Ásia Central, por exemplo, enfrentaram o maior número de casos em 2024 desde 1997, com 127.350 infecções, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a UNICEF. A trajetória do sarampo no Brasil também destaca o impacto de fatores externos. A migração de pessoas de países com baixa cobertura vacinal, como a Venezuela, contribuiu para os surtos de 2018 e 2019. Além disso, a circulação de informações incorretas sobre a segurança da vacina, principalmente nas redes sociais, dificultou a adesão de algumas comunidades à dose de reforço. Apesar dos avanços, como a alta proteção em São Paulo, especialistas explicam que manter os índices acima de 95% é importante para evitar novos surtos. 2016: Brasil recebe qualificação de país livre de sarampo da OPAS. 2018: Reintrodução do vírus devido ao fluxo migratório e aos baixos preços da vacina. 2019: Mais de 21,7 mil casos confirmados; Brasil perde a qualificação. 2022: Último caso de nativo da ilha registrado no Amapá. 2024: Recuperado da certificação de eliminação do vírus. 2025: Primeiro caso em São Paulo, com início ainda em investigação. Características e riscos do sarampo O sarampo é causado pelo Morbillivirus, um vírus da família Paramyxoviridae,que se espalha com gotículas do sistema respiratório liberadas ao tossir, espirrar ou falar. A condição é especialmente perigosa para crianças pequenas, mas pode afetar pessoas de qualquer idade, especialmente aquelas que não foram vacinadas. Os primeiros sinais, como febre alta, depressão, coriza, conjuntivite e tosse, geralmente aparecem de 7 a 14 dias após a infecção. Após alguns dias, aparecem manchas vermelhas, que começam no rosto e se espalham por todo o corpo. Embora muitos casos sejam leves, o sarampo pode evoluir para problemas graves, especialmente em populações de risco. Pneumonia, diarreia grave, infecções de ouvido, perda de visão e encefalite (inflamação do cérebro) estão entre as consequências mais significativas. Estima-se que para cada mil crianças infectadas, uma a três podem morrer em decorrência de complicações. Nos EUA, onde 712 casos foram confirmados em 2024, 97% dos pacientes não foram imunizados e duas crianças morreram. A vacinação, embora não elimine completamente o risco de infecção, reduz drasticamente a probabilidade de casos graves. A alta transmissibilidade do sarampo torna a imunização coletiva importante. Uma única pessoa contaminada pode transmitir o vírus para até 18 pessoas em ambientes fechados, como escolas ou transporte público. A vacinação tríplice viral, administrada em duas doses (aos 12 e 15 meses de idade), oferece 93% de segurança após a primeira dose e até 97% após a segunda. Adultos não vacinados ou com esquema incompleto também podem ser vacinados, sendo recomendada uma dose para pessoas de 30 a 59 anos e duas doses para aqueles com até 29 anos. Iniciativas de prevenção em São Paulo: A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo agiu rapidamente após a confirmação do caso.As equipes de vigilância epidemiológica iniciaram o mapeamento dos contatos da pessoa, incluindo familiares, colegas e pessoas que permaneceram nas mesmas áreas que ela durante o período de transmissibilidade. A colaboração com a Secretaria Municipal de Saúde e o Ministério da Saúde permitiu a aplicação de medidas de lockdown, como a vacinação seletiva de pessoas não imunizadas que tiveram contato com o paciente. Em São Paulo, a vacina tríplice viral está disponível nas UBSs de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h, e em algumas unidades aos sábados e feriados. A alta cobertura vacinal do estado, que atingiu 98,7% em 2024, é um fator positivo, mas a SES-SP reforça a importância de manter a adesão. As campanhas de conscientização foram ampliadas, principalmente nas áreas com menores taxas de reforço. A diretora do Centro Estadual de Vigilância Epidemiológica, Tatiana Lang, destacou que o cenário atual é de alerta, mas sem pânico, de que a vacinação continua sendo a melhor forma de proteção. A situação também levanta questionamentos sobre o desempenho da vacina em casos excepcionais. Embora o paciente tenha sido vacinado, a proteção oferecida pela tríplice viral não é definitiva. A primeira dose, aplicada aos 12 meses, garante 93% de eficácia, enquanto a segunda dose eleva esse índice para 97%. Os casos em imunizados são raros e costumam causar sintomas mais leves, como foi o caso do homem de 31 anos. Especialistas ressaltam que a dose de reforço cumulativa, com altos custos de cobertura, é necessária para diminuir a circulação do vírus. Calendário vacinal: Gratuito nas UBSs para pessoas de 1 ano a 59 anos. Calendário vacinal: 2 doses até 29 anos; uma dose de 30 a 59 anos.Horário: Segunda a sexta, das 7h às 19h; sábados e feriados em unidades selecionadas. Cobertura em 2024: 98,7% em São Paulo, a maior taxa desde 2016. Medidas de lockdown: Mapeamento de contatos e vacinação rigorosa em andamento. Impacto global e dificuldades existentes O ressurgimento do sarampo não é um problema exclusivo do Brasil. Em 2024, a Europa e a Ásia Central registraram 127.355.000 casos, o maior número possível desde 1997, segundo a OMS e a UNICEF. Crianças menores de 5 anos representaram 40% dos casos, e mais da metade dos pacientes necessitaram de internação hospitalar. A região também relatou 38 mortes, destacando a intensidade da doença em áreas com imunização reduzida. Nos Estados Unidos, o aumento de casos, com 712 verificados em 2024, está relacionado ao desenvolvimento do movimento antivacina, que dissemina informações falsas sobre a segurança das vacinas. No Brasil, vários outros casos recentes reforçam a necessidade de vigilância. Em março de 2025, dois casos foram confirmados em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, e um no Distrito Federal, este último relacionado a viagens internacionais. No Rio de Janeiro, uma criança de 6 anos vacinada foi identificada em Itaboraí em outubro de 2024, marcando o primeiro caso no estado desde 2022. Esses episódios revelam que, mesmo em um país credenciado como livre de sarampo, a importação da infecção de outras regiões é uma ameaça constante. A desinformação continua sendo um desafio significativo. Durante os episódios de 2018 e 2019, a disseminação de notícias falsas sobre supostos efeitos colaterais das vacinações aumentou a hesitação em relação à vacina. Em São Paulo, o governo local enfrentou desafios semelhantes em 2019, quando apenas 6% da população-alvo aderiu à campanha de vacinação iniciada em junho.O então prefeito Bruno Covas relacionou o aumento de casos à desinformação nas redes sociais, um problema que persiste em grau mínimo hoje. Estratégias para evitar novos surtos A experiência de São Paulo com o sarampo ao longo dos anos oferece lições valiosas. Em 2019, a capital registrou 363 casos confirmados, com 800 em investigação, o que gerou uma forte mobilização para aumentar a cobertura vacinal. Medidas de lockdown, como a imunização de moradores em áreas próximas a casos confirmados, foram importantes para conter a disseminação. Em Santos, no mesmo ano, um caso autóctone em uma criança de 4 anos desencadeou a aplicação da dose de reforço em contatos próximos e a comprovação do estado de vacinação em escolas. O monitoramento epidemiológico também desempenha um papel vital. Em 2022, quando 25 casos estavam em investigação no estado, o reconhecimento precoce e o isolamento das pessoas impediram surtos maiores. No caso atual, o alerta ocorreu em 10 de abril, e a rápida resposta das autoridades de saúde restringiu a transmissão. A integração entre as esferas municipal, estadual e governamental é um diferencial, permitindo a troca de informações e o controle das atividades em tempo real. A conscientização da população é outro pilar essencial. Campanhas públicas têm destacado que a vacina tríplice viral é segura e eficaz, com efeitos colaterais geralmente leves, como febre ou dor no local da aplicação. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Reforço (SBIm) recomendam a primeira dose com um ano de idade e a segunda entre 15 meses e 2 anos, mas adultos também devem consultar o cartão de vacinação. Pessoas que receberam apenas uma dose na infância ou que foram imunizadas antes da década de 1990,Quando o calendário for diferente, podem ser necessárias doses adicionais. Ações de proteção: Inoculação de contatos próximos em até 72 horas após a exposição. Educação: Campanhas para combater a desinformação e incentivar a imunização. Vigilância: Monitoramento contínuo de casos suspeitos e rastreamento de contatos. Integração: Parceria entre os governos municipal, estadual e federal. Recomendações: Inspeção do cartão de vacinação para todas as faixas etárias. Perspectivas para o manejo do sarampo. Manter o Brasil livre do sarampo requer iniciativas contínuas. A recuperação da acreditação em 2024 é um ponto de inflexão, mas a circulação internacional da infecção e a possibilidade de casos importados exigem atenção contínua. A alta cobertura vacinal em São Paulo é um exemplo positivo, mas outras regiões do país ainda enfrentam desafios. Na Região Federal, por exemplo, a cobertura para a 2ª dose em crianças menores de 2 anos está em 88,3%, abaixo da meta de 95% estabelecida pela OMS. A parceria internacional também é importante. A OMS e a UNICEF alertaram para o aumento de casos em diversas regiões, e o Brasil, como país com alta circulação de viajantes, precisa reforçar a vigilância em portos, aeroportos e fronteiras. A experiência de São Paulo, possivelmente relacionada a uma viagem ao Paraná, revela como a mobilidade pode facilitar a introdução da infecção. A identificação precoce e a resposta rápida são necessárias para proteger contra a reintrodução da transmissão local. A conscientização da população sobre a importância da vacinação deve ser uma preocupação. Campanhas como a distribuição de materiais informativos nas UBSs,Escolas e locais com alto tráfego na internet têm ajudado a esclarecer dúvidas e combater equívocos. O histórico do sarampo no Brasil, marcado por sucessos e dificuldades, reforça que a imunização coletiva é essencial para proteger a população, especialmente as crianças, que estão entre as mais vulneráveis aos problemas da doença. Dados globais e regionais: A situação global do sarampo em 2024 oferece um panorama preocupante. A Europa e a Ásia Central registraram o dobro de casos em comparação com 2023, com 40% dos pacientes sendo crianças menores de 5 anos. Nos Estados Unidos, o surto de 2024, com 712 casos, foi impulsionado pela redução da vacinação em algumas comunidades. No México, 22 casos foram confirmados no mesmo ano, enquanto o Brasil, até março de 2025, teve apenas 3 casos registrados, sendo 2 no Rio de Janeiro e um no Distrito Federal. A OMS estima que a cobertura vacinal global precisa chegar a 95% com 2 doses para interromper a transmissão do sarampo. Em regiões com taxas reduzidas, como partes da África e da Ásia, a doença continua sendo uma das principais fontes de mortalidade infantil. No Brasil, o calendário gratuito da vacina e a capilaridade do Sistema Único de Saúde (SUS) são vantagens, mas a adesão depende de esforços constantes de interação e acesso. Europa e Ásia Central: 127.350 casos em 2024, o maior número desde 1997. EUA: 712 casos, 97% em pessoas não vacinadas; 2 mortes confirmadas. México: 22 casos confirmados em 2024. Brasil: 3 casos em 2025 até março; uma em São Paulo em abril. Meta da OMS: cobertura de 95% do seguro com duas dosagens para eliminar a transmissão.Importância do monitoramento constante. A confirmação do caso em São Paulo reforça a necessidade de um sistema de monitoramento robusto. O alerta precoce, como o ocorrido em 10 de abril, permite a adoção de procedimentos que evitem a disseminação da infecção. A investigação do foco da infecção, ainda em andamento, é um exemplo de como a vigilância epidemiológica busca mapear a origem dos casos para interromper os episódios. A colaboração com o Paraná, onde o indivíduo pode ter adquirido a infecção, também é vital para determinar possíveis cadeias de transmissão. A experiência de outros estados brasileiros traz lições. No Rio de Janeiro, o caso de Itaboraí, em outubro de 2024, foi rapidamente controlado devido à alta cobertura vacinal e à resposta imediata das autoridades. No Distrito Federal, o caso importado em março de 2025 não produziu transmissão local, mas evidenciou a importância do monitoramento de turistas internacionais. Essas ações mostram que, mesmo em um país certificado como livre de sarampo, a segurança não pode ser negligenciada. A população também tem um papel ativo. Consultar os cartões de vacinação, procurar as UBSs para atualizar o calendário de vacinação e relatar sintomas suspeitos são medidas básicas que fazem a diferença. O caso de São Paulo, embora isolado, serve como um indicador de que o sarampo, apesar de regulamentado, ainda representa um risco em um mundo globalizado.