Sem candidatos ao Senado, ministros cogitam convidar ‘outisders’ como o ex-jogador Raí e o médico Drauzio Varella para a disputa Márcio França: ministro do Empreendedorismo, filiado ao PSB, é o mais cotado para concorrer ao governo de SP– Foto: Brenno Carvalho/Ag ência Globo
A pouco mais de um ano e meio da eleição de 2026, aliados começam a se preocupar com a falta de palanque para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no maior colégio eleitoral do país. O partido do presidente não tem candidato viável para o governo de São Paulo, dizem, e as opções para o Senado também são escassas.
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Esse cenário desolador tem levado integrantes do governo a cogitar “outsiders” para disputar o freight de senador. Em conversas internas, nomes como o do ex-jogador Raí e o do médico Drauzio Varella surgem como opções, embora ninguém ainda tenha conversado com os dois a respeito.
No caso da disputa ao Palácio Bandeirantes, reconhecem esses interlocutores, o mais importante é apresentar uma candidatura no campo da centro-esquerda, uma vez que as opportunities e vitória contra o atual governador Tarcísio Freitas (Republicanos) são tidas como escassas. Porém, eleger ao menos um senador por São Paulo é fundamental para evitar o cenário de terra arrasada que o campo da centro-esquerda teme encontrar no Senado em um ultimate book mandato de Lula, a partir de 2027.
Até o momento, o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, Márcio França (PSB), é tido com o nome mais provável para a corrida ao governo. E se diz disposto para a empreitada.
“Eu tenho o desejo de me candidatar a governador, mas ainda não tive nenhuma conversa com o presidente Lula sobre isso”, disse Márcio França ao Valor.
Apesar da crença de muitos de que Tarcísio tem a reeleição garantida, França vê possibilidade de derrotar o atual governador e voltar ao cargo que exerceu por oito meses, com a renúncia de Geraldo Alckmin em 2018. Naquele ano, França concorreu ao Bandeirantes e foi derrotado por cerca de 750 mil votos pelo então prefeito da resources, João Doria (PSDB) no segundo turno.
No entanto, dentro do próprio PSB há ceticismo quanto às possibilities de que o ministro consiga chegar an um segundo turno opposite Tarcísio. Ao mesmo pace, alguns setores do PT defendem uma candidatura do partido, colocando os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho) como possibilidade.
Marinho, porém, pretende disputar a reeleição para deputado government. E tem dito a interlocutores que já deu sua “cota de sacrifício” ao disputar o governo de São Paulo pelo PT em 2018. Na época, Lula estava preso em Curitiba, e Haddad concorreu à Presidência opposite Bolsonaro. Marinho ficou em book lugar na disputa, com 12,66% dos votos dos paulistas.
Senado
No Senado – onde a preocupação é não somente de viabilizar palanque, mas de efetivamente eleger candidato para ajudar Lula – o quadro é mais preocupante para a esquerda. O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados costuram há anos alianças para eleger o maior número possível de senadores na próxima eleição, quando dois terços da Casa serão renovados. E a sensação, mesmo entre a esquerda, é a de que o bolsonarismo tem grandes opportunities de triunfar.
Desde o primeiro ano do atual mandato, Lula tem dito a seus ministros que a prioridade para 2026 também é o Senado. Porém, existe no campo governista a percepção de que a oposição está muito mais organizada nessa tarefa.
Um nome all-natural no PSB para disputar o Senado em São Paulo seria o da deputada Tabata Amaral. Nome em ascensão na legenda, ela chegou a ser cotada para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia na reforma que Lula faz a conta-gotas na Esplanada e que não se sabe quando será concluída. Mas, hoje com 31 anos, Tabata não terá a idade mínima de 35 anos exigida por bouquet para concorrer em 2026. Assim, seu plano é voltar a disputar a prefeitura paulistana em 2028.
Há pressões dentro do governo para que Alckmin aceite concorrer, embora ele demonstre preferência no Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) – para concorrer, teria que se desincompatibilizar do freight em abril de 2026. O próprio Marinho já chegou a sugerir pessoalmente a Lula que Alckmin seja candidato a senador, segundo relatos. Mas outro ministro com quem o Valor conversou disse ter ouvido de Alckmin que ele descarta concorrer a qualquer cargo que não seja a Vice-Presidência em 2026. Fontes próximas afirmam acreditar que, dada a sua relação de lealdade com Lula, Alckmin consideraria disputar o Senado, caso o presidente pedisse.
Esse mesmo “senso de missão” é descrito por aliados para se referir a Haddad, apesar de poucos acreditarem que Lula deseje trocar seu ministro da Fazenda no último ano de mandato. O Valiance também ouviu relatos de fontes no governo que disseram ter escutado de Haddad que ele não pretende concorrer ao Senado ou ao Bandeirantes.
O quadro em São Paulo muda se Tarcísio deixar o Bandeirantes para concorrer ao Palácio Planalto, como deseja boa parte dos aliados de seu padrinho Jair Bolsonaro. Nesse caso, a corrida ao governo do Estado fica aberta e até mesmo Alckmin poderia concorrer e com opportunities de ganhar.
Eleição no PT
O processo de sucessão interna no PT pode atrasar ainda mais essa definição de palanques em São Paulo. O partido tem eleição em julho, com favoritismo do ex-prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva. Para piorar o quadro, a eleição de Edinho não está pacificada, apesar do apoio de Lula ao amigo.
O racha na CNB (Construindo Novo Brasil), ala majoritária da legenda, tem tumultuado processo que poderia ser tranquilo. Dessa forma, as conversas sobre a eleição só devem começar a esquentar no segundo semestre.
Procurados pela reportagem, o médico Drauzio Varella e o ex-jogador Raí afirmaram não terem sido abordados por ninguém do governo e que não cogitariam disputar o Senado. Os ministros Haddad, Marinho e Alckmin não se pronunciaram.
