
A veterinária Fernanda Fazio é apontada como mandante do assassinato, segundo a investigação; o objetivo teria sido ciúmes Fernanda Bonin em imagens de câmeras de segurança ao sair de casa na noite de domingo– Foto: Recreação
A ex-mulher da professora Fernanda Bonin, encontrada morta no mês passado na Zona Sul de São Paulo, se entregou às autoridades nesta sexta-feira (9). Segundo a investigação, o crime foi motivado por inveja. Os dois foram casados por oito anos.
A veterinária Fernanda Fazio, também mãe dos dois filhos do casal, foi detida por uma equipe da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa no escritório de advocacia de Perdizes, na Zona Oeste da cidade. O GLOBO não conseguiu falar com a defesa.
Segundo os policiais, a educadora tinha um relacionamento com um homem e havia recebido uma proposta para trabalhar na Alemanha. Fanzio já planejava assassiná-la e decidiu prosseguir com o plano antes que ela se mudasse, segundo os investigadores.
A veterinária foi interrogada duas vezes pela polícia. Ela afirmou ter ligado para a ex-esposa no dia do crime, domingo, 27 de abril, solicitando assistência devido ao fato de seu carro ter quebrado. Bonin aparece em imagens de câmeras de segurança saindo de seu prédio a caminho da ex-esposa. Depois disso, ela só foi encontrada novamente no dia seguinte, morta e com um cadarço no pescoço, na Vila da Paz.
No entanto, de acordo com o depoimento da veterinária, meia hora após a falha relatada à ex-esposa, o veículo voltou a funcionar e ela deixou o local. O especialista concluiu que o carro nunca teve uma falha mecânica.Fanzio também mencionou em seu testamento que os dois continuavam em processo de reconciliação, o que contradiz a informação de que a vítima estava em outro relacionamento. Fanzio teria comprado o assassinato de um comparsa. A Polícia Civil solicitou a prisão de outras duas pessoas consideradas como autoras do crime. Uma delas já foi presa e confessou seu envolvimento. Um conjunto de cadarços de sapato foi encontrado em sua casa. O veículo de Bonin foi encontrado abandonado no sábado (3), a algumas quadras de onde seu corpo foi encontrado. Havia uma lâmina e um telefone celular dentro dele. A lâmina pode ter sido usada para ameaçá-la, mas não foram os objetos que causaram sua morte. Investigadores particulares também tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança que mostram um casal saindo do carro da professora no dia em que a vítima desapareceu.
A vítima lecionava matemática há três anos na Beacon School, uma faculdade particular bilíngue com unidades no Alto de Pinheiros e na Vila Leopoldina e mensalidades que ultrapassavam R$ 7.000. Ela era formada em Matemática pela USP.