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Uma jovem branca, acompanhada de dois adolescentes negros, colegas de escola, foi abordada por um segurança, que perguntou se ela estava sendo incomodada pelos outros dois. Em nota oficial, a direção da instituição lamentou o ocorrido e pediu desculpas.

Estudantes de escola particular são alvos de preconceito em shopping na Zona Sul de SP

A família de dois estudantes negros, de 11 e 12 anos, denunciou a atitude racista de um segurança contra os adolescentes no Shopping Pátio Higienópolis, na Zona Oeste de São Paulo, área nobre da cidade de São Paulo, na quarta-feira (16).

Segundo os registros, uma jovem branca foi abordada por um segurança perguntando se os dois adolescentes negros, que estavam com ela, a estavam incomodando e pedindo dinheiro.

Eles são alunos de uma escola particular próxima ao shopping e estavam na praça de alimentação quando foram abordados. A equipe evidentemente tinha ido ao shopping para almoçar antes do início das aulas ao meio-dia.

A administração do estabelecimento emitiu uma declaração lamentando o ocorrido e pediu desculpas (saiba mais abaixo).

O professor Diego Penã Castellon estava presente no momento e afirmou ter ouvido parte da conversa.

“Imediatamente, percebi que um segurança estava falando sério com alguns dos meus alunos. Entre eles, um aluno negro da oitava série, e fiquei preocupado, deixei meu almoço e fui até lá. Ouvi o segurança dizendo que não se pode pedir dinheiro no shopping e os alunos disseram ‘cara, ele está chorando. Ninguém pediu dinheiro. O que está acontecendo?'”

1 de 2 Alunos de escola particular são alvos de racismo em um shopping em uma área nobre de São Paulo.– Foto: Reprodução TV Globo

Alunos de uma escola independente são vítimas de racismo em um shopping de alto padrão em São Paulo.– Foto: Recreação TV Globo

O irmão mais velho de uma das crianças vítimas de preconceito afirmou estar abalado, pois nunca havia passado por uma situação como essa.

“Eles estão abalados. Registramos um boletim de ocorrência e conversamos com advogados. Nos próximos minutos, tentaremos tomar todas as medidas cabíveis para que possamos seguir em frente com isso e obter a menor quantidade possível de justiça. Todos devem ter o mínimo de respeito que não foi oferecido lá”, afirmou.

O Pátio Higienópolis disse que “lamenta o ocorrido” e que se emociona com a família. Também informou que oferece treinamento para os funcionários.

Leni Pires das Mercês, mãe de Giovana, a outra jovem negra, disse que recebeu a informação da direção da escola de que sua filha também estava muito bêbada.

“Conversei com minha filha, ela chorou muito. Acho muito lamentável que isso aconteça em 2025, para qualquer pessoa e para minha filha. Foi muito deprimente. É muito violento”, relatou.

Naquela manhã, os alunos deveriam fazer um curso extra sobre educação racial e ações antirracistas.

A consultora educacional Iza Cortada deveria ministrar uma atividade sobre o assunto naquele dia, mas não foi possível. Para ela, reparos são necessários. “Esses alunos precisam entender que esses atos precisam acabar. Eles precisam acreditar que têm o direito de ir e vir”, afirmou.

Esta não é a primeira vez que alguém denuncia um crime de racismo dentro do Shopping Higienópolis. Em 2022, adolescentes registraram um caso em uma loja de eletrodomésticos no estabelecimento. Na ocasião, os adolescentes registraram o momento em que foram abordados por um segurança.

2 de 2 Familiares registraram boletim de ocorrência relatando ato racista. — Foto: TV Globo

Familiares registraram boletim de ocorrência relatando ato racista. — Foto: TV Globo

Para o professor Diego, esta não é uma situação específica, mas sim institucional. “Não é a primeira vez, né? Eles foram humilhados. Parece que não podem ir para aquele lugar. O que é muito triste, né? Eles ficaram muito abalados, foram incomodados o tempo todo na escola, isso ficou claro.”

A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que as devidas providências serão tomadas diante dos fatos.

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