
Bruna Oliveira da Silva desapareceu na noite de 13 de abril, após ser perseguida por Esteliano Madureira nas proximidades da estação de trem Corinthians-Itaquera, segundo apuração do DHPP. A suspeita foi encontrada morta na noite de quarta-feira (23). 1 de 2 Escola USP Leste, na região de Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo, onde a jovem Bruna Oliveira da Silva foi examinada.– Imagem: Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais
Escola USP Leste, na região de Itaquera, Zona Leste da cidade de São Paulo, onde a jovem Bruna Oliveira da Silva foi examinada.– Imagem: Montagem/g1/Reprodução/Redes Sociais
A terrível morte de uma estagiária da principal faculdade do país tem chamado a atenção nos últimos dias. Bruna Oliveira da Silva desapareceu na noite de 13 de abril. Quatro dias depois, seu corpo foi encontrado em um terreno próximo a um terminal de metrô na região central de São Paulo com indícios de violência física. Confira os registros do ocorrido: Crime 2 de 2 Local na Avenida Sport Clube Corinthians onde a estudante Bruna Oliveira foi abordada e eliminada, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo. Local na Avenida Sport Clube Corinthians onde a estudante Bruna Oliveira foi abordada e eliminada, em Itaquera, Zona Leste de São Paulo. — Foto: Reprodução/TV Globo. Bruna desapareceu no dia 13 de abril, após ser perseguida por Esteliano Madureira, reconhecido em imagens registradas por uma câmera de segurança. O vídeo mostra o suspeito abordando a estudante no terminal Corinthians-Itaquera do metrô, na Zona Leste. Quatro dias depois, em 17 de abril, o corpo de Bruna foi encontrado em um terreno baldio próximo a um estacionamento perto da estação.
Segundo a Delegacia Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ela estava seminua, com queimaduras e ferimentos. Um sutiã e um saco plástico foram encontrados próximos ao corpo. Profissionais ouvidos pelo G1 disseram que a vítima teve uma vértebra quebrada no pescoço. O exame inicial indica que ela pode ter sido sufocada e abusada sexualmente, mas os registros e a causa da morte ainda não foram divulgados.
Morte do suspeito
Suspeito de assassinar a estudante Bruna Oliveira em Itaquera, na Zona Leste, foi encontrado morto
Esteliano Madureira, de 43 anos, foi apontado como o principal suspeito do assassinato. Na noite de quarta-feira (23), a Justiça ordenou sua prisão temporária, mas ele foi encontrado morto naquela mesma noite, com sinais de tortura e mais de 10 ferimentos. Seu corpo foi encontrado na Zona Sul da cidade, coberto por uma lona azul, e as autoridades acreditam que ele tenha sido morto por uma facção criminosa. A polícia está investigando quem o matou.
Possível violência sexual
O inquérito também está apurando a hipótese de que Bruna foi alvo de violência sexual antes de ser morta. Durante buscas na residência de Esteliano, a polícia encontrou calcinhas, que estão sendo examinadas para verificar se pertencem a outras vítimas do suspeito. Uma análise do corpo de Bruna também está sendo realizada para comprovar se houve abuso sexual.
Autoridades divulgam retrato falado do suspeito do assassinato de estagiária da USP na Zona Leste de SP
Essa era Bruna
Bruna tinha 28 anos e deixou um filho de 7 anos de um relacionamento anterior. No dia em que partiu, ela estava voltando da casa de seu atual parceiro. Da estação de metrô, ela decidiu caminhar até sua casa.a um quilômetro de distância. Seu corpo foi localizado a dois quilômetros do terminal. Bruna era formada em História pela Universidade de São Paulo (USP). Ela fez mestrado em História Social e, recentemente, estava pesquisando para um mestrado em Mudança Social e Participação Política na mesma universidade. Reação de pais e parceiros. Estudante da USP encontrada morta foi enterrada hoje. Em entrevista à TV Globo, sua mãe, Simone Silva, afirmou que Bruna era sua melhor amiga. “Minha filha sempre lutou pelo feminismo. Ela era muito contra a violência contra as mulheres. Ela estudou isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E então eu pergunto: por que não fui eu? O sofrimento teria sido bem menor.”
O pai da menina, Florisvaldo Araújo de Oliveira, afirmou que a filha era “uma criança enorme” e que ela “não tinha maldade [no coração]. Bruna era meu mundo, minha vida, minha única filha, ela me deu muitos conselhos. Para mim, ela nunca vai morrer. Onde quer que eu esteja, ela estará ao meu lado, porque ela era meu anjo da guarda. Onde quer que eu fosse, ela dizia: seja prática, não entre em confusão.”
Igor Rafael Sales, com quem Bruna namorava há 3 meses, havia passado o fim de semana com ela em sua casa, no Butantã, na Zona Oeste. No domingo (13), ele iria levá-la de volta para sua casa em Itaquera, mas, por causa da chuva e como estavam passando de moto, o casal decidiu que seria melhor ela voltar para casa de transporte público.
“Quando eram 21h40, Enviei uma mensagem, pois entendi que no metrô de Itaquera, em um ponto específico, há sinal. Às 22h, ela respondeu que foi ao hospital incurável,Ela disse que o ônibus já tinha passado e que ia a pé. Depois disso, eu a aconselhei a não ir a pé e a pegar um Uber [aplicativo de transporte por aplicativo]. Usei o Pics. Ela disse que esperaria o preço baixar. Então, eu disse a ela que já tinha enviado [dinheiro], ela alegou. O namorado disse que, como o caminho era curto, esperava informações em alguns minutos. “Era muito perto [do percurso]. Então, depois de 10 minutos, perguntei: ‘E então, deu certo?'” Só restou a mensagem. Liguei mais de 10 minutos depois e simplesmente tocou. E depois disso ela não atendeu. Ela sempre me avisava. Às 23h30, mandei uma mensagem de ótima noite. Fiquei procurando até o amanhecer e nada. De manhã cedo, vi mensagens de um familiar perguntando sobre a Bruna. Quando vi que ela não tinha chegado, foi um choque. Não sabia o que reclamar”, destacou.
Relatos de falta de segurança
Alunos da USP Leste e de outras escolas da Zona Leste de São Paulo afirmam estar preocupados com o aumento da violência na região. “Já sabíamos que os problemas de segurança aqui são graves, mas depois do que aconteceu com a Bruna, ficamos com muito mais medo”, disse Mayra Ribeiro, estagiária de pós-graduação da USP. “A universidade precisa fazer mais para garantir a segurança dos alunos, principalmente das meninas, que são os maiores alvos desse tipo de violência”, acrescentou.
Além disso, os estagiários pedem ainda mais policiamento nos campi e terminais de transporte público. “Não podemos mais tolerar que mulheres sejam vítimas de crimes como este. A segurança precisa ser reforçada”, disse Luiza Gois Magalhães, outra aluna da USP Leste.
Na quinta-feira (24),Alunos da USP Leste realizam ato reivindicando justiça para Bruna e ainda mais segurança na faculdade.
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