Após passar por Curitiba e Rio de Janeiro, o System of a Down trouxe a “Wake Up Scenic Tour” para São Paulo neste sábado (10), para o primeiro dos três shows que farão na cidade. A banda armênia estava longe do Brasil desde o Rock in Rio 2015, quando também deu um pulo na Arena Anhembi, na capital paulista. Na cidade, eles se apresentarão duas vezes no Allianz Parque, neste fim de semana, e novamente no Autódromo de Interlagos, na quarta-feira (14).

A noite começou com uma apresentação do Vanity Kill Skill, banda brasileira que abre as apresentações da banda aqui e em outros países latino-americanos. Apesar de o público não estar exatamente eufórico, a performance da banda provocou mais gritos e assobios do que o previsto, levando em consideração a negação de algumas pessoas sobre a notícia do show de abertura nas redes sociais. Antes das 21h, o vocalista Serj Tankian já estava no palco, acompanhado por Daron Malakian, responsável pela guitarra e parte dos vocais, Shavo Odadjian, o baixista, e John Dolmayan, responsável pela bateria. Assim como em Curitiba, a banda abriu o show com “Strike”, de seu mais novo CD, “Hypnotize”, de 2005, seguida por “Suite-Pee” e “Prison Song” — uma crítica ao sistema prisional americano que já deixa claro para os menos esclarecidos o tom político do show. “Terrible Pornography”, que veio logo em seguida e é uma das faixas mais queridas pelos fãs do System, foi recebida com entusiasmo — que só aumentou com “Aeriais”, com seus versos mais poéticos, e “I-E- A-I-A-I-O”, igualmente preciosos, apareceram em seguida. Desde o início, milhares de pessoas ligaram as lanternas de seus celulares e,Com a ajuda de papéis coloridos previamente espalhados, formaram faixas azuis, vermelhas e laranjas, nos tons da bandeira armênia, como já havia acontecido no Rio e em Curitiba. A atividade, organizada por fãs, é um gesto em reconhecimento ao genocídio armênio, que completará 110 anos em 2025, e aos maus-tratos infligidos à população do país pelos militares turco e sírio – um dos principais motivos da banda, conhecida por suas letras políticas, críticas e bem-humoradas. As luzes brilharam mais, com ainda mais celulares em riste, quando “Soldier Side” começou, uma das objeções mais explícitas do System à guerra, na qual Serj canta que as pessoas envelhecem em direção à morte. A tristeza por isso deu lugar à ansiedade de “BYOB” – por que os presidentes não participam da guerra? Por que eles sempre mandam o ruim?–, sobre o mesmo tema, o que obrigou o público a largar o celular para mergulhar e gritar melhor. No bloco seguinte, a banda aqueceu com músicas queridas como “Radio/Video” e “Hypnotize”, mas o momento realmente se tornou um dos melhores com “Chop Suey”, a mais bem compreendida pelo System of a Down, seguida por “Hollywood” e “Lonely Day”, três faixas que, ainda mais quando comparadas, oferecem uma excelente ideia da força e versatilidade da banda. Depois de “War?”, bem mais feroz, Daron pegou o microfone para alertar– não sem humor e suas “vozinhas” particulares– que, embora o feixe atrioventricular tenha melodias hostis, também há espaço para canções adoráveis, apresentando a psicológica “Roulette”.

A discussão então rumou para a apoteose final com “Poisoning”. “Não temos pirotecnia no palco, mas nossos seguidores trazem o fogo!” Daron então acrescentou:enquanto sinalizadores e vários outros faíscas apareciam por toda parte. A chuva que havia interrompido praticamente todo o show esfriou em direção ao seu final, estabelecendo o cenário para o final intenso. Círculos se formaram e os fãs se jogaram uns contra os outros no “mosh pit”, os “círculos punk”, ao som de “Sugar”, que encerrou o programa.

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