
Fernanda Bonin foi encontrada morta no dia 28 – Recreação
Fernanda Bonin foi encontrada morta no dia 28Reprodução
Divulgado em 05/10/2025 08:34
São Paulo – Uma das suspeitas de envolvimento no crime de feminicídio contra a professora de matemática Fernanda Bonin, em São Paulo, afirma ser uma “agência arrecadadora de cadarços”, segundo detetives da Polícia Civil que investigam o caso. A denúncia foi feita por João Paulo Bourquin, brevemente preso, após ser flagrado por câmeras de monitoramento abandonando o carro e a caminhonete da vítima em uma rua próxima ao Autódromo de Interlagos, na Zona Sul do município. Os autos não localizaram a defesa da suspeita. A realidade chamou a atenção das autoridades. Fernanda Bonin, ao ser localizada – seu corpo foi encontrado em um terreno baldio na comunidade Vila da Paz no dia 28 – apresentava sinais de estrangulamento e um cadarço no pescoço. Segundo os policiais, João Paulo nega participação no crime.
“Um acervo foi encontrado na residência dele (João Paulo). Ele alega que junta cadarços. Na verdade, ele não tinha nenhum tipo de sapato, nenhum tênis, nada. No entanto, ele afirma que juntava cadarços”, afirmou Ivalda Aleixo, supervisora do Departamento Estadual de Homicídios e Defesa Pessoal (DHPP) da Prefeitura de São Paulo. Ela afirma que
não é possível comprovar a ligação entre os objetos e a ação criminosa ou que João Paulo tenha participado da execução. Segundo a diretora do DHPP, o suspeito afirmou que tinha conhecimento da ação criminosa, mas que, no momento da execução, “tinha saído com um amigo para lanchar”.
O homem alega que foi contratado pelos criminosos apenas para fazer o caminhão da professora desaparecer.Dinâmica do crime
Segundo a Polícia Civil, no dia 27 de abril, Bonin foi atraída pelo ex-companheiro até a Avenida Jaguaré, na Zona Oeste. Ao chegar ao local, foi abordada por bandidos, morta e levada para um terreno próximo ao Autódromo de Interlagos. Seus pertences, um carro (um Hyundai Tucson) e um celular, foram abandonados e encontrados dias após o crime, em uma rua próxima ao autódromo. Uma faca também foi encontrada no carro, que pode ter sido usada para intimidar a vítima. Fernanda Bonin só foi encontrada no dia seguinte, com sinais de estrangulamento e um cadarço de sapato enrolado no pescoço. Para atrair o ex-companheiro, Fernanda Fazio alegou que seu carro tinha um problema na caixa de câmbio e que precisava de ajuda. A professora foi até o local, mas, segundo a perícia, acabou sendo executada a pedido do ex-amante. A polícia ainda não sabe exatamente quem cometeu o crime, mas afirma que há indícios de que três homens participaram da execução. Enquanto a professora era abordada pelos bandidos, Fazio foi até a casa de Bonin para levar seus dois filhos. Eles estavam separados há cerca de um ano e as crianças estavam na casa do alvo. Em depoimento às autoridades na semana passada, Fazio afirmou que o carro havia voltado a funcionar e que ele foi ao apartamento de sua ex-esposa para levar as crianças. Ela disse aos investigadores que ligou para a polícia no dia seguinte, após a escola relatar a ausência de Bonin. Cinco pessoas foram incluídas, duas foram detidas. No total, cinco pessoas são suspeitas de envolvimento no crime. A ex-esposa de Bonin, a veterinária Fernanda Fazio,foi presa
como medida cautelar nesta sexta-feira (9), após os policiais terem provas de que ela era a mandante do crime. Os dois tiveram um relacionamento por oito anos, mas estavam separados há cerca de um ano. A reportagem solicitou a proteção de Fazio e aguarda um retorno. Ela foi presa no escritório de seu advogado e não quis se pronunciar
. Ela não confessou ter cometido o feminicídio e afirmou, segundo a polícia, que só se manifestaria em juízo. As investigações ainda estão apurando a intenção do crime. Uma das teorias mais controversas é que o ato foi cometido por inveja e pela recusa da veterinária em autorizar o fim do relacionamento. Outros dois homens, Ivo Rezende dos Santos e Rosemberg Joaquim de Santana, também são suspeitos de se envolverem diretamente na execução da professora. A investigação chegou até eles por meio de mensagens de celular encontradas no celular de Fazio. Rosemberg era colega de trabalho e “faz de tudo” para o veterinário. Tanto Ivo quanto Rosemberg têm mandados de prisão preventiva em aberto e estão foragidos. Segundo o Delegado da Polícia Civil, Artur Dian, “Rosemberg e Ivo certamente participaram do crime”. A defesa dos denunciados também não foi localizada. Uma mulher, cuja identidade não foi divulgada, também pode estar ligada ao crime. Assim como João Paulo, ela foi vista em câmeras de segurança saindo do carro de Bonin, que estava abandonado. Os policiais alegaram que vão pedir a prisão do suspeito. Como seu nome não foi revelado, o registro não conseguiu encontrar sua defesa.- Fernanda Fazio (presa): a mandante do crime; sua prisão preventiva foi decretada a pedido do Ministério Público; – João Paulo Bourquim (preso) – ele alega não ter cometido o crime, apenas queria se livrar do carro, mas as autoridades acreditam que ele também participou do assassinato; – Rosemberg Joaquim de Santana e Ivo Rezende dos Santos – supostamente os autores do crime, têm um pedido de prisão preventiva em aberto. Eles estão sendo procurados; – Uma mulher, cuja identidade não foi divulgada, também pode estar envolvida. Ela também aparece nas imagens do vídeo saindo do carro de Bonin.