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Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo, juntos, tiveram um aumento de 23% em suas receitas totais no ano passado. Os clubes arrecadaram R$ 3,4 bilhões em 2024, superando em muito os R$ 2,7 bilhões da temporada anterior. A comparação é destacada em um estudo realizado pela EY e publicado com exclusividade pelo Estadão.

O aumento nos números pode ser explicado pelo acúmulo de R$ 1 bilhão em transferências de jogadores. Segundo o estudo, o número representa 31% da receita bruta total de 2024. No ano anterior, o valor arrecadado foi de R$ 632 milhões, representando 23%.

A presidente Leila Pereira lidera o Palmeiras em um dos períodos mais produtivos e gratificantes do clube.

Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

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O Palmeiras teve a maior Receita Total possível, com R$ 1,195 bilhão em 2024, e o Santos teve a mais acessível, com R$ 379 milhões, o equivalente a cerca de 32% do lucro do seu adversário, o time verde e branco. O Corinthians, em segundo lugar no ranking, com R$ 1,1 bilhão, teve uma receita operacional bruta (recorrente) 12% superior à obtida pelo Palmeiras. Apoiado pelas vendas de jogadores da base, como Estêvão e Luis Guilherme, o Palmeiras foi o time que mais arrecadou com a venda de atletas, acumulando R$ 504 milhões. O valor representou 42% da receita total do clube.

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“Apesar de não haver previsibilidade do valor monetário na hora de considerar a transferência de atletas profissionais, há uma lógica no sucesso do Palmeiras. O clube tem uma solidez financeira que lhe permite negociar. Quando você tem mais solidez financeira, você negocia muito melhor e tem mais poder de barganha”, descreve Pedro Daniel, supervisor executivo da EY.O São Paulo teve o valor mais acessível gerado com transferências de jogadores, com um número cerca de 5,4 vezes menor que o do seu concorrente, o Alviverde. Apesar de permanecer na Série B, o próprio Santos conseguiu se manter à frente do time tricolor.

Por outro lado, o São Paulo teve a maior representação de receita com transmissão de direitos e bônus, cuja participação foi de 33% do valor total. O São Paulo também liderou a classificação estadual em representação da receita em dias de jogos (bilheteria, torcedores, aluguel de camarotes, ingressos agendados e outras receitas em dias de jogos).

O Corinthians, que liderou a arrecadação com a transmissão de direitos civis e títulos, e as receitas comerciais, apresentou um valor para o primeiro, 14% maior que o do Palmeiras, e para o segundo, um valor 53% maior que o do seu concorrente alviverde, que também ficou em segundo lugar em ambas as categorias. A representação dos valores

arrecadados com a transmissão de direitos civis aumentou de 51% para 25% no período entre 2021 e 2024. Pedro Daniel explica que isso ocorreu justamente em função do crescimento de outras fatias do bolo, principalmente com o boom da receita com a venda de atletas profissionais em 2015, impulsionado pelo Palmeiras. No entanto, ele destaca a necessidade de se criar uma empresa no país. “O mercado brasileiro, dentro dos mercados típicos de futebol, é um mercado em que o item ainda é o clube e não os concorrentes. A partir do momento em que os clubes sonham com parceiros no mesmo item, há uma série de outras propriedades industriais vinculadas a ele que podem ser exploradas”, afirma o executivo da EY. Hoje, existem cerca de 20 imóveis que ainda não são monetizados em termos de produto.desde marketing de carpetes até informações estatísticas. A grande realidade é que estamos perdendo dinheiro. Vamos ver exatamente como será o trabalho para o próximo ciclo”, completa. Custos e despesas Em geral, cerca de metade das despesas e custos dos 4 grandes concentravam-se na folha salarial do futebol masculino. O Palmeiras teve o menor percentual investido em despesas com clubes sociais e esporte amador (3%), enquanto o São Paulo teve o maior percentual para despesas com futebol de base (24%), e ambos tiveram 56% de seus custos e despesas com a folha salarial do futebol. O Santos teve a maior representatividade tanto no valor de despesas Administrativas, de Pessoal e Comerciais (30%), quanto em gastos com clubes sociais e esporte amador (18%), como categorias de base e outros esportes, exceto futebol. Já o Corinthians encerrou 2024 com o maior valor possível de custos e despesas correntes entre os 4 grandes, com R$ 827 milhões. O clube teve o menor percentual para o especialista em folha salarial do futebol (44%), porém a maior parcela para custos de Gestão (35%). O clube enfrenta uma situação financeira grave, com um passivo de R$ 2,5 bilhões. “Um dos pontos mais preocupantes para o Corinthians não é o custo funcional. O problema é que ele tem muitos gastos com dívidas, incluindo dívidas de paixões, multas, etc., o que o torna incapaz de honrar seus compromissos. Operacionalmente, ele equilibra as contas, mas para se reestruturar, é preciso fazer o que o Flamengo fez em 2013, reduzir custos e alinhar as premissas com a torcida, de que o time certamente não será campeão nos próximos 5, 6 anos. Ou pode fazer isso de forma inorgânica, como as SAFs de Botafogo, Cruzeiro e Atlético-MG”, afirma Pedro Daniel.Publicidade Em 2024, o Palmeiras foi o clube entre os quatro maiores com a maior folha salarial (incluindo direitos autorais e benefícios), com valores chegando a R$ 405 milhões. Esse número representou 66% de sua Receita Operacional Líquida (ROL) recorrente.

O Santos, que disputou a Série B naquele ano, teve a folha salarial mais acessível para o futebol e a receita operacional líquida recorrente mais acessível. Foi o maior percentual entre os times analisados, comprometendo 68% de sua receita operacional com receitas e pagamentos do futebol.

O clube busca se firmar no cenário nacional e tem o retorno de Neymar como uma nova aposta para tentar se reestabelecer.

O Santos não compete em igualdade de condições com times do topo do futebol brasileiro. Precisa rever onde está e tomar uma decisão, pensar nas decisões necessárias para continuar fazendo parte do que sempre foi. É como o Corinthians, mas seu adversário tem potencial para estar no topo apesar do seu faturamento diário. O Santos não. E isso é normal, é um problema comercial”, afirma Pedro Daniel.

O Corinthians teve uma folha de pagamento 2% menor que o São Paulo e uma relação folha de pagamento/ROL recorrente 12% menor.

Marketing Além de ser o time paulista com a maior folha salarial do futebol masculino, o Palmeiras também teve o maior nível de investimento financeiro em seu time, resultando em um aporte total de recursos para o time profissional de R$ 665 milhões. Por outro lado, o Santos foi o time com os menores gastos com transferências de jogadores, amortizações e baixas contábeis, além da folha salarial mais acessível do futebol profissional masculino entre os quatro times paulistas. Corinthians,que tinha uma folha de pagamento 2% menor que a do São Paulo, gastou R$ 521 milhões em seu grupo especializado, enquanto o grupo paulista gastou R$ 478 milhões, 8% a menos que o rival Corinthians, mas 121% a mais que o Santos. “O São Paulo está tentando se manter competitivo, certo? Mas não tem esse tipo de receita. É mais difícil contratar mais equipes para investir e trabalhar. Está tirando dinheiro de fora e se endividando”, aconselha Pedro. “Em suma, os clubes devem se concentrar em sua estratégia de produto. O São Paulo é alvo do que está acontecendo no futebol brasileiro. É um plano de dano criminoso.”

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