O Metrô alegou que a instalação de dispositivos como a barra de segurança não é básica, pois envolve diversas análises tecnológicas, mas confessou a reivindicação para diminuir o tempo de resolução de casos como o do passageiro que morreu nesta semana. 1 de 1 Barreira de segurança no metrô — Imagem: TV Globo

Barreira de segurança no metrô — Foto: TV Globo

Documentos obtidos pelo SP2 revelam que um dispositivo de segurança criado para evitar acidentes nas portas das plataformas dos trens não foi instalado nas estações da ViaMobilidade devido a questões burocráticas.

Aprovada pela concessionária em 2024, a tecnologia moderna inclui barras de borracha imunes que são montadas nas portas do sistema. Elas acompanham o movimento de fechamento e, ao tocarem em um passageiro, acionam sensores que fazem a porta reabrir.

O espaço entre o trem e a porta do sistema nas estações da Linha 5-Lilás do trem, operado pela ViaMobilidade, não possui sensores de presença, que impedem o esmagamento.

Durante as vistorias na Estação Capão Redondo, o dispositivo de barras de borracha funcionou, impedindo que uma pessoa entrasse no vão entre o trem e a plataforma.

Apesar disso, a Prefeitura não deu continuidade à instalação das barras de segurança. Uma reunião agendada para 6 de novembro de 2024, no Pátio Externo Capão Redondo, deveria apresentar o projeto à Secretaria de Parcerias e Investimentos e à empresa, mas representantes do Metrô não compareceram.

A SP2 também teve acesso a e-mails, cartas e certidões que revelam que a ViaMobilidade exigiu a execução do sistema até 2023. Em outubro daquele ano, a concessionária enviou uma carta afirmando que o “sistema de portas do sistema deve aumentar os níveis de segurança dos usuários,no entanto, o realizado na Linha 5 estava sujeitando os passageiros a ameaças”.

Considerando que 2021, pelo menos quatro passageiros ficaram presos no espaço entre as portas e os trens:

Chácara Klabin (2021); Santa Cruz (2022); Giovanni Gronchi (2023); Campo Limpo (2023).

Em todos esses incidentes, as investigações “constataram que as barreiras de segurança presentes eram inadequadas para evitar colisões”. Atualmente, essas barreiras são tratadas com estruturas, em preto e amarelo, que impedem o fluxo, mas não impedem que as portas acumulem pessoas no vazio.

Atraso e falta de resposta da Prefeitura

Em fevereiro de 2022, a Prefeitura prometeu entrar em contato com o fornecedor das portas para buscar medidas. Nove meses depois, a empresa informou que o registro do fabricante era inconclusivo e solicitou uma revisão até o final do ano — o que não ocorreu.

Diante da ausência de feedback, a ViaMobilidade “manifestou, novamente, sua preocupação com o problema” em janeiro de 2023 e reafirmou a solicitação em março. O Metrô respondeu quatro meses depois, especificando que “ainda estava avaliando o que era viável fazer, dentro dos termos do contrato firmado com a fornecedora”.

Documentos também mostram que a Secretaria de Cooperação e Investimentos do governo expressou preocupação com “a lentidão do Metrô” e a “inércia em apresentar ações viáveis”. O departamento defendeu a demanda da ViaMobilidade de assumir a responsabilidade pela instalação dos bancos e incluir os custos no contrato de concessão.

Logo após o comunicado, a Prefeitura informou que havia recebido uma proposta de solução da fornecedora, mas não divulgou detalhes sobre o projeto.

O Metrô afirmou que certamente “dará continuidade ao que foi estipulado em seu contrato com a fornecedora”. A proposta aprovada pela empresa é semelhante à criada pela ViaMobilidade, como barras de borracha fixadas nas portas.

Uma carta assinada pelo Diretor-Geral da Prefeitura, Antônio Júlio Castiglioni Neto, especifica que as ferramentas serão adquiridas somente em junho de 2025 e, posteriormente, enviadas à concessionária para instalação. No entanto, a data prevista foi adiada para outubro de 2025.

O que a Prefeitura afirma

A SP2 solicitou uma reunião com o Metrô, que se mostrou favorável ao envio de uma nota.

A empresa afirmou que a implementação de ferramentas como a barra de segurança não é simples, pois envolve inúmeras avaliações técnicas, mas admitiu a necessidade de reduzir o tempo para resolução de casos desse tipo. A Prefeitura afirmou que cobrará da fornecedora das portas a antecipação do cronograma.

Espaço entre as portas da Linha 5-Lilás

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