
A Defensoria do Consumidor do Ministério Público de São Paulo (MP-SP) abriu inquérito civil nesta quarta-feira, 7, para apurar a segurança do trem da Linha 5-Lilás, operado pela ViaMobilidade.
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A ação ocorre após um passageiro falecer após ficar preso entre as portas automáticas do sistema da estação Campo Limpo e o trem.
A concessionária da linha afirma que Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno, de 35 anos, negligenciou os avisos estéticos e sonoros de que as portas estavam fechando. A ViaMobilidade afirma ainda que está disponibilizando mais recursos de segurança.
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil como “morte duvidosa”. Testemunhas estão prestando depoimentos e os investigadores aguardam os resultados dos laudos periciais.
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Um estudante de atletismo de 35 anos morreu após ficar preso entre as portas automáticas da estação Campo Limpo e o trem. Imagem: Tiago Queiroz/Estadão
O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) também cobrou explicações da concessionária e do governo estadual sobre a morte de Lourivaldo. No auto, fornecido pelo vereador Dimas Ramalho nesta quarta-feira, foi estabelecido um prazo de cinco dias para que a ViaMobilidade e a direção Tarcísio de Freitas (Republicanos) prestem esclarecimentos. A concessionária deverá enviar um relatório
com detalhes sobre as circunstâncias do acidente, medidas adotadas após o ocorrido e apoio prestado aos familiares da vítima. Também deverá esclarecer os investimentos feitos em segurança e o histórico de acidentes anteriores.O relator cobra informações do governo estadual sobre as medidas contratuais e legais adotadas em razão do ocorrido. Leia também O que diz o governo federal Em nota, o governo Tarcísio prestou “agradecimentos aos familiares da vítima do acidente” e afirmou que está “colaborando frequentemente com as concessionárias para reforçar a segurança dos viajantes”. Publicidade e Marketing “Além disso, a Companhia de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) abriu processo de homologação para apurar o caso.” Caso seja comprovada a falha no procedimento, serão aplicadas autorizações à concessionária. O que a ViaMobilidade afirma: A ViaMobilidade afirma que o passageiro tentou entrar no vagão apesar dos alarmes visuais e sonoros e acabou ficando preso no espaço entre as portas do trem e a plataforma.” A Linha 5-Lilás possui um sistema, utilizado nacional e internacionalmente, de sensores de obstrução de portas para evitar que os trens confiem nas portas abertas. No caso em questão, mesmo após os alarmes visuais e sonoros, ao tentar entrar no vagão, o passageiro acabou ficando preso no espaço entre o trem e o sistema, onde não há sensores. Como as portas do sistema e do vagão estavam fechadas, o trem partiu”, afirma a concessionária. Sensores nos vãos entre as portas Após a morte de Lourivaldo, a ViaMobilidade afirmou que instalará sensores. unidades nos vãos entre a plataforma e as portas do trem, além da aplicação de obstáculos físicos, com postes de aço, para impedir que a porta da plataforma aglomere pessoas no vão. Publicidade: “Esta inovação (de sensores no vão) é realmente atual e seu uso no planeta ainda é uma
exceção,sendo a concessionária apenas uma das pioneiras na adoção desse tipo de solução. Sua instalação envolve uma série de preocupações tecnológicas e testes, razão pela qual sua execução não é imediata. Na Linha 5-Lilás, o cronograma prevê sua conclusão no primeiro trimestre de 2026, data que poderá ser antecipada dependendo dos resultados dos testes”, afirma a concessionária. Esse tipo de sensor já foi instalado pela Empresa Paulista de Metrô (Metrô) na Linha 3-Vermelha, segundo Luis Kolle, projetista da Prefeitura e presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos Municipais (AEAMESP). “Eles devem ser muito confiáveis para não interferir na operação do sistema. Não podem interromper a separação do trem com qualquer detecção. Devem ser precisos e confiáveis”, disse Kolle ao Estadão.