A velocidade média caiu em 2024, em comparação ao ano anterior; os passageiros enfrentam longas esperas e ônibus lotados. A frota também diminuiu desde 2019. Ônibus de SP, que circulam em velocidade mais lenta– Foto: Reprodução/TV Globo

Ônibus de SP, que circulam em velocidade mais lenta– Imagem: Reprodução/TV Globo

Um registro da SPTrans revela que os ônibus na cidade de São Paulo estão circulando mais lentamente, inclusive em corredores e faixas especiais. A queda na velocidade média do transporte público é mais sentida nos horários de pico, principalmente ao meio-dia, quando os carros circulavam a uma média de 15 km/h em 2024. É menor do que a velocidade alcançada por Wilson Too, o queniano vencedor da última Corrida de São Silvestre, que correu a prova a 20 km/h.

Nos corredores especiais, a eficiência dos ônibus é melhor, chegando a uma média de 20 km/h nos horários ideais. Mas, ainda assim, houve uma piora: em 2019, esse padrão era de 22 km/h. O registro da SPTrans não descreve o motivo da queda, mas aponta mais uma verdade pertinente: a frota diminuiu. Eram 14.103 ônibus em 2019; agora, em 2024, serão 13.281.

A suposição daqueles que dependem do transporte corrobora os dados oficiais. “Vai aos poucos. Geralmente levo uma hora para chegar ao trabalho, mas, dependendo do trânsito do site, tenho que sair de casa 1h30, 2h antes do horário, às vezes”, disse um passageiro.

ÔNIBUS MAIS LENTOS DA SP Relatório da SPTrans revela piora na tarifa e no tempo de espera

Tarifa normal no horário de pico do meio-dia (2024) ➡ 15 km/h Mais lenta que a campeã de São Silvestre (20 km/h)

Em faixas especiais (2024) ➡ 20 km/h Em 2019 foi de 22 km/h

Dimensão da frota 2019: 14.103 ônibus 2024: 13,281 ônibus

⏱ Tempo típico de espera 2019: 10 min 2024: 12 minutos

Cobertura noturna (meio-dia às 4h)❌ Os ônibus ainda estão perdendo cerca de 35% da malha rodoviária Estagnada desde antes da pandemia

⚠ Acidentes com mortes ⬆ Praticamente aumentou de 2022 para 2023 Redução em 2024 considerada mínima

Um usuário adicional reforça que a eficiência depende do caminho: “O que passa pela passagem é mais rápido. Agora, o que não… só Deus sabe a que horas eu chego”.

Com menos ônibus circulando e uma tarifa média mais baixa, os tempos de espera também aumentaram. O intervalo entre veículos, que era de 10 minutos em 2019, chegou a 12 minutos em 2024. Um dos problemas mais frequentes é justamente esse: o congestionamento. “Demora muito, é total e é um caos mesmo”, reclama um passageiro. “Tem que entrar pela porta dos fundos, empurrando as pessoas. Já estou velho, uma velhinha, né?”, lamenta outro. Outros fatores de atenção são as fatalidades, que praticamente dobraram de 2022 para 2023, com uma queda considerada “sem importância” em 2024. Apesar disso, o número de faltas de motoristas e a avaliação do comportamento profissional diminuíram. O índice de qualidade do transporte permanece praticamente estacionário, um pouco abaixo dos níveis de 2022. Em nota, a SPTrans informou que a atual administração implantou 54 quilômetros de faixas exclusivas e garantiu, para o próximo ano, um novo sistema de monitoramento que permitirá o acompanhamento em tempo real das viagens de ônibus. Em relação à queda na taxa média, nenhuma descrição foi fornecida.