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Baixe o aplicativo PÚBLICO Brasil para Android ou iOS. O brasileiro Guilherme Rabello, Diretor de Desenvolvimento do Instituto do Coração de São Paulo (InovaIncor), um hospital público de ensino, coordena o projeto de cuidado com o sangue das pessoas no hospital Vila Nova de Gaia e Espinho há dois anos. O programa envolve hematologistas, anestesistas e cirurgiões plásticos, para citar alguns especialistas em saúde. Entre os dias 28 e 30 de abril, ele estará em Portugal para dar continuidade aos trabalhos e firmar novos acordos de colaboração. Sob o nome de Monitorização Sanguínea Humana (PBM) — que pode ser traduzido como gestão do sangue do paciente —, o profissional explica que essa gestão é realizada sem a necessidade de transfusões por terceiros, o que é cada vez mais importante devido à escassez de sangue. “Portugal vem intensificando essas técnicas. Eu sirvo como interface com os portugueses, ampliando a troca, o que está sendo muito positivo”, afirma Rabello. Em Portugal, o PBM vem avançando sob a orientação do Ministério da Saúde para aplicação no Sistema Nacional de Saúde (SNS). Em 2018, a Direção-Geral da Saúde lançou um critério tecnológico que supervisiona a aplicação do programa em cirurgias eletivas, com foco na segurança do paciente e na sustentabilidade do sistema de saúde. O gerente da InovaIncor lembra que, devido ao método utilizado, a primeira fase é dedicada ao tratamento da qualidade do sangue no corpo dos pacientes. Na segunda fase, caso sejam submetidos à cirurgia,depois disso o sangue das pessoas é recuperado, “que geralmente é absorvido por gazes e panos, que é aspirado em um aparelho ideal, para acondicionamento, lavagem, filtragem e sistema de filtragem para reintrodução no corpo”. A parceria entre os centros de saúde portugueses e o Incor em São Paulo visa compartilhar expertise técnica e científica e desenvolver técnicas adaptadas para aplicar o PBM nos ambientes de unidades de saúde de ambos os países, promovendo a capacitação de especialistas e aumentando a qualidade do atendimento. “Este é um esforço mútuo, no qual trabalho com a equipe Brasil-Portugal na implementação e no acompanhamento de técnicas ideais em um programa individual de gerenciamento de sangue. É uma parceria praticamente diplomática entre dois países que têm algo em comum”, destaca o executivo. Saúde pública e bem-estar, Rabello acrescenta: “O trabalho conjunto entre a InovaIncor e a ULSGE (Unidade de Saúde do Cidadão de Gaia e Espinho) permite a implementação de protocolos, a formação de equipes multidisciplinares e o acompanhamento de indicadores profissionais de forma padronizada. Isso contribui para o uso mais racional do sangue, reduz dificuldades e tem um impacto positivo nos custos das unidades de saúde”. A idealizadora do programa na ULSGE, Dra. Diana Paupério, afirma que o trabalho em equipe global reforça o valor da PBM “não apenas como um avanço técnico, mas como um plano de saúde pública focado na segurança do paciente, na gestão eficiente dos recursos e na qualificação do tratamento em instituições públicas e privadas”. Ela acrescenta que, com esforços como este, “Brasil e Portugal se alinham com as recomendações internacionais e demonstram compromisso com um tratamento mais seguro, baseado em evidências e centrado no paciente”. Autotransfusão Segundo Rabello,A estratégia tem sido utilizada há tempos no Brasil e em Portugal, principalmente em indivíduos anêmicos, aqueles que recebem mais transfusões de sangue durante a cirurgia. “Previamente, o paciente é preparado para tratar possíveis anemias crônicas, como deficiência de ferro, vitaminas e outros suplementos, tornando o sangue ideal para autotransfusão com um nível mais alto”, afirma. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a anemia afeta aproximadamente 2,9 bilhões de pessoas em todo o mundo. Outros alvos da estratégia são crianças em fase de crescimento, gestantes ou jovens com sangramento intenso durante a menstruação, que representam 30% dos casos relatados, além de idosos com anemia e debilidade decorrentes da idade avançada. O Grupo de Trabalho sobre Anemia de Portugal (AWGP) alerta para a necessidade de uma aplicação mais rigorosa da metodologia PBM no país, como forma de valorizar o paciente e gerenciar seu próprio sangue, reduzindo a necessidade de transfusões em até 50% e as internações hospitalares em 10%. O supervisor da InovaIncor reforça que o Ministério da Saúde português está empenhado em expandir o programa em todo o país. Ele lembra que, em 2023, a instituição publicou o Despacho n.º 13138/2023, destacando a necessidade de aplicação sistemática do PBM no Sistema Nacional de Saúde. Riscos e custos: Nos últimos anos, a Administração Individual de Sangue consolidou-se como uma abordagem crucial para a saúde. Segundo Rabello, “esta abordagem visa maximizar a utilização do próprio sangue, diminuindo a necessidade de transfusões alogénicas (que utilizam sangue de outras pessoas), minimizando riscos e promovendo melhores resultados médicos”.Especialmente em tratamentos cirúrgicos extremamente complexos”. O valor da PBM tornou-se ainda mais evidente, como alerta o supervisor da InovaIncor, diante de uma situação internacional estressante, em que há escassez de sangue. A OMS estima que vários países em desenvolvimento coletam menos da metade do sangue necessário para suprir suas populações. Ele alerta que, mesmo em países com sistemas de saúde mais estruturados, como Brasil e Portugal, “os bancos de sangue enfrentam dificuldades relacionadas à sazonalidade das doações e ao envelhecimento da população, o que reduz o número de beneficiários elegíveis e aumenta a necessidade de transfusões”. De acordo com esses dados, no contexto hospitalar, pessoas anêmicas apresentam maior risco de complicações, permanência hospitalar prolongada e melhor aproveitamento de recursos. Os impactos econômicos também são consideráveis. “As transfusões de sangue representam custos diretos e indiretos consideráveis ​​para os sistemas de saúde”, enfatiza Rabello. O diretor da InovaIncor também destaca que pesquisas internacionais estimam que “o preço médio de cada concentrado de hemácias, levando em consideração A coleta, a testagem, o armazenamento, o transporte e o gerenciamento de custos podem ultrapassar 700 dólares (676 euros ou R$ 4.100), dependendo do país e da complexidade do sistema. Isso não inclui os custos de impactos negativos e hospitalização prolongada relacionados a transfusões. Aplicativo PÚBLICO Brasil. Um aplicativo para brasileiros que querem saber. Fique ligado!

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