
A circulação de trens ficou prejudicada entre os terminais Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, da Linha 8-Diamante, por mais de uma hora. 1 de 2 Moradores protestam na Favela do Moinho.– Foto: Arquivo pessoal
Moradores protestam na Favela do Moinho.– Imagem: Arquivo pessoal
Moradores da Favela do Moinho, no Centro de São Paulo, protestaram na tarde desta sexta-feira (18) contra a presença de policiais da Força Aérea no local.
A manifestação interrompeu momentaneamente a circulação de trens entre as estações Júlio Prestes e Palmeiras-Barra Funda, da Linha 8-Diamante.
Os policiais teriam chegado ao local no início da manhã e, segundo moradores, entraram na favela com violência, lançando gás de efeito moral contra a população.
2 de 2 Policiais da Polícia Militar do Exército na Favela do Moinho.– Imagem: Arquivo pessoal
Autoridades das Forças Armadas na Favela do Moinho.– Foto: Arquivo pessoal
Em nota, a ViaMobilidade, responsável pela linha, informou que a circulação sanguínea foi interrompida por volta das 14h15 “em decorrência de ações externas relacionadas à Comunidade do Moinho, localizada próxima ao Terminal Júlio Prestes”.
A situação foi estabilizada por volta das 15h50.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a Polícia Militar “apreendeu um suspeito de tráfico de drogas em uma área situada na comunidade de Campos Elísios, na sexta-feira (18)”.
Afirmou também que “o estado recomendou o reassentamento de famílias da área com o objetivo de trazer dignidade e segurança a essa população, que vive sob grande ameaça em condições precárias de higiene, com participação voluntária de mais de 87% da vizinhança até o momento.Cerca de 50 pessoas protestam e bloqueiam a entrada do bairro neste meio-dia. Grupos de autoridades verificam o cenário a distância para evitar confrontos.”
Objeto na terça-feira
Autoridades lançam explosivos de efeito moral contra manifestantes no centro de SP
Na terça-feira (15), moradores da favela realizaram uma passeata pelo centro da cidade em protesto contra uma obra do governo estadual para construir um parque no local.
Os militantes ocupavam as duas faixas da Avenida Rio Branco e seguiam em direção à prefeitura. Por volta das 18h, quando trafegavam pela Avenida 9 de Julho, a polícia tentou dispersar o grupo com explosivos de efeito moral.
Segundo a prefeitura, a CDHU vem consultando moradores desde 2015 e está presente na região para “apresentar alternativas de serviços habitacionais” e “manter acordos com as famílias que atualmente residem na área, a fim de fornecer moradia digna e segura, com base no planejamento imobiliário atual.”
A prefeitura afirma que a liberação da área visa a segurança dos moradores e que, Até o momento:
86% das famílias já começaram a se cadastrar no auxílio-moradia; 531 famílias já foram habilitadas, ou seja, estão prontas para assinar o contrato; e, dessas, 444 já possuem imóvel residencial ou comercial determinado.
Segundo a Associação de Moradores da Favela do Moinho, mais de 900 famílias residem na região. Além do mercado imobiliário, a região também abriga serviços, que representam a principal fonte de renda de alguns moradores.
Alvo da ação
Em 2024, a Favela do Moinho foi um dos alvos de uma operação do Ministério Público da Cracolândia,que resultou na prisão de suspeitos de integrarem um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro ligado ao Primeiro Comando de Recursos (PCC).
A investigação revelou que a área abrigava uma base de inteligência do PCC, equipada com um detector de frequência de rádio para interceptar conversas operacionais da Polícia Militar.
Segundo promotores do Grupo Especial de Combate à Máfia (GAECO), os acusados utilizavam a Favela do Moinho para armazenar e comercializar drogas, camuflando a origem do dinheiro obtido com o tráfico de drogas, captando sinais de rádios transmissores da polícia e implementando varas criminais na comunidade.
MP indicia onze pessoas ligadas ao PCC que utilizavam a Favela do Moinho, no centro de São Paulo, para atividades criminosas