A Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (SES-SP) confirmou nesta quinta-feira, 17, o primeiro caso de sarampo no estado em 2025. A possível localização da infecção está sob investigação. O homem, de 31 anos, é residente na capital paulista. Ele foi vacinado e não houve necessidade de internação hospitalar. Segundo a secretaria, ele já se recuperou e não apresenta sintomas da doença. “Todas as medidas de controle e prevenção já foram iniciadas, em conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo e o Ministério da Saúde”, afirma a SES. O último caso autóctone no estado foi confirmado em 2022. A constatação não é a primeira registrada neste ano no

país. Em março, dois casos foram registrados no bairro de São João de Meriti, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Na ocasião, a Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ) informou que eles haviam recebido alta e estavam bem. Sintomas da doença: O sarampo é causado pelo Morbillivirus e pode ocorrer em qualquer idade, com possibilidade de maior gravidade em crianças menores de um ano, pessoas imunocomprometidas e indivíduos desnutridos. Os principais sinais e sintomas são manchas vermelhas no corpo e febre alta (acima de 38,5 °C). Também é comum que o indivíduo apresente tosse seca, irritação ocular (conjuntivite), nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Complicações: O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas duradouras. Alguns dos problemas são: Pneumonia: Cerca de uma em cada 20 crianças com sarampo pode desenvolver pneumonia, a principal causa de morte relacionada à doença entre crianças.Otite média aguda (infecção no ouvido) Ocorre em cerca de 10% das crianças com sarampo e pode causar perda auditiva permanente. Encefalite aguda (inflamação no cérebro) De cada 1.000 crianças com sarampo, entre uma e quatro podem desenvolver essa complicação e 10% delas podem morrer. Segundo o ministério, de cada 1.000 crianças doentes, entre uma e três podem morrer em decorrência de complicações da doença. Vacinação A vacinação tríplice viral, que previne sarampo, caxumba e rubéola, está disponível gratuitamente nas unidades básicas de saúde (UBSs) de todo o Brasil. Todas as pessoas de um a 59 anos podem receber a vacina, sendo duas doses recomendadas até os 29 anos e uma dose dos 30 aos 59 anos, para pessoas não vacinadas. Aqueles que nunca foram imunizados ou não se lembram se foram vacinados quando crianças podem repetir a aplicação. Aumento de casos em diferentes países Segundo análise da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), 127.350 casos de sarampo foram registrados na Europa e na Ásia Central em 2024, o dobro do número relatado em 2023 e o maior número desde 1997. Nos EUA, já são 712 casos confirmados, 97% deles envolvendo pessoas não vacinadas, segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC). A doença causou a morte de duas crianças não imunizadas e um terceiro caso fatal está sob investigação. Para especialistas ouvidos pelo Estadão, a situação nessas regiões serve de alerta para o Brasil e outros países: a população precisa se vacinar.