
Dos 17 mil coletes solicitados até o momento, apenas 3 mil foram entregues. Segundo a PM, o processo de licitação demorou mais do que o previsto e, por isso, não foi possível fabricar todas as peças de reposição a tempo.
Entrega de coletes à prova de balas na PM de SP
A entrega dos coletes à prova de balas adquiridos pela Polícia Militar de São Paulo está atrasada. Dos 17 mil adquiridos em janeiro, apenas 3 mil foram entregues. No total, são cerca de 83 mil agentes em todo o estado.
Os coletes têm vida útil de cinco anos e, após esse período, precisam ser trocados. Como a PM não pode utilizar equipamentos vencidos, está tendo que entregar os que já foram entregues. Esses 3.000 coletes que chegaram foram distribuídos no dia 15 de abril. O cronograma inicial previa a entrega de todos os 17.000 coletes até 15 de maio. O atraso se deveu a um problema no processo de compra dos coletes. 1 de 2 Blindagem.– Foto: Reprodução/ TV Globo Colete à prova de balas.– Foto: Reprodução/ TV Globo “O rodízio de coletes começou um mês antes, com o vencimento de algumas blindagens. Você não encontra um colete do seu tamanho. Um policial trabalha 12 horas durante o dia, passa o colete para outro que trabalhará à noite por mais 12 horas, e assim por diante”, afirmou um PM que conversou com a TV Globo por telefone. Ele não será identificado. O Coronel Emerson Massera, agente da PM, afirma que os problemas registrados em algumas cidades são específicos.
“É uma estratégia de substituição a cada 5 anos. Na verdade, temos uma reposição programada, proporcional ao número de policiais e à demanda anual de aquisição”, disse ele.
2 de 2 Colete Policial Militar de SP.– Foto: Reprodução/ TV Globo
Colete Policial da Força Armada de SP.– Foto: Reprodução/ Televisão Globo
Um colete à prova de balas é composto por duas partes: a placa base e a capa. A placa base é o que realmente segura a bala – feita de uma combinação de polietileno (um tipo de plástico) e aramida (uma fibra sintética resistente e rígida). A capa é comparável a uma vestimenta comum, feita de tecido.
Segundo a Polícia Militar, o processo de licitação demorou mais do que o previsto e, portanto, não foi possível fabricar todas as peças de reposição a tempo. O atraso foi causado pela empresa vencedora do processo, que teve seu material rejeitado. Depois disso, a empresa que ficou em segundo lugar foi chamada, mas também apresentou problemas e foi rejeitada.
O Regulamento de Licitações prevê a possibilidade de reteste. O reteste com a primeira empresa manteve a rejeição. No caso da segunda, ela foi autorizada, mas todo esse processo demorou.
Mauro Cesari, ouvidor da Polícia Civil de São Paulo, acompanha o caso e disse que a PM deixou a compra dos coletes muito próxima da data prevista.
“Quando compro, já sei quando o colete vai acabar. Então, não há justificativa para não me organizar e realizar o processo licitatório de forma célere. É inaceitável que o estado mais rico da federação esteja passando por uma situação como essa”, destacou.