Em 45 dos 96 distritos da cidade, a nota média do Índice de Progresso da Educação Fundamental (IDEB) nos últimos anos do ensino fundamental público ficou abaixo de 5.
Por Redação, com ABr– de São Paulo
Informações do Mapa Paulista da Desigualdade sobre a localização da educação, divulgado nesta quinta-feira pela Rede Nossa São Paulo, mostram que o acesso à educação pública na cidade de São Paulo é desigual. A avaliação foi feita pelo coordenador de relações institucionais da organização, Igor Pantoja. A Rede Nossa São Paulo aponta a desigualdade na educação paulistana — São Paulo tem quase 12 milhões de habitantes, e cada distrito tem, em média, cerca de 150 mil habitantes. Temos excelente acesso à educação em algumas regiões, porém em outras a educação e o aprendizado ainda são extremamente precários, especialmente na área pública, que é aquela sobre a qual temos uma das informações mais oficiais — afirmou Pantoja. Em 45 dos 96 distritos da cidade, a nota média no Índice de Crescimento da Educação e Aprendizagem (IDEB) nos anos finais do ensino fundamental público ficou abaixo de 5, que é o padrão para escolas públicas e particulares brasileiras nesse indicador. As piores notas médias foram registradas em Ipiranga (4), Bela Panorama (4,3) e Vila Leopoldina (4,4). Os melhores resultados foram obtidos em Pinheiros (5,8), Aricanduva (5,7), Mooca e Carrão (ambos com 5,6). Em 17 distritos, não há informações disponíveis para este indicador. A organização destaca que os resultados dos jogos de bola dos anos finais do Ideb das faculdades públicas da cidade “estão bem abaixo de 6,4, valor recomendado pela sociedade civil em proposta apresentada à prefeitura para o Programa de Metas 2025-2028”. No início de abril,O Executivo metropolitano lançou a versão inicial do arquivo e elaborou uma nota 5 como meta para 2028, nos anos finais do ensino fundamental. Além das notas das escolas públicas no Ideb para os anos finais, o lançamento inclui sete indicadores: tempo de espera por uma vaga na creche, matrícula na educação básica em escolas públicas, distorção idade-série no ensino fundamental e aprendizagem na rede municipal, evasão escolar no ensino fundamental e aprendizagem na rede municipal, nota do Ideb (escolas públicas – anos iniciais), competência da formação de professores e iniciativa de mentores. Em relação ao tempo de espera por uma vaga na creche, a pesquisa identificou um atraso de dois dias em Alto de Pinheiros, Cidades Tiradentes, Cachoeirinha e Guaianases, enquanto o Brás tem uma espera de 28 dias. Igor Pantoja comenta que, apesar de estar localizado na região central da cidade, o Brás possui uma população com perfil mais vulnerável, o que pode impactar na oferta de serviços. Instituições públicas. — O Brás tem uma população majoritariamente composta por migrantes, tanto da África quanto da América Latina, e é a comunidade com o maior tempo de espera por uma vaga em creche. Interessante observar como se tem um relato detalhado em uma região da cidade que acaba tendo maior dificuldade de acesso à educação e à aprendizagem — disse ele. O percentual médio de educadores do ensino fundamental com alto nível de iniciativa em quesitos como carga horária, número de alunos por curso e número de escolas, registrou 0% nos bairros de Pinheiros, Vila Mariana, Moema, Perdizes e Santa Cecília. Santo Amaro registrou 12,84% de educadores com alto nível de iniciativa. O Ideb para escolas públicas nos anos iniciais do ensino fundamental teve Vila Mariana com o maior valor (7,0%).3) e Pari com a menor pontuação (4,8). A Rede Nossa São Paulo também elaborou um ranking temático de educação, que fornece a classificação das 96 áreas da cidade na região. A lista considera o desempenho de cada área em cada indicador, para que se obtenha uma pontuação geral no tema. No topo estão Perdizes, Artur Alvim e Butantã. Na outra ponta estão Sé, Campo Belo e Santana.Prefeitura de São Paulo A Prefeitura de São Paulo informou, em nota, que a cidade tem um IDEB acima da média nacional nos últimos anos do ensino fundamental em escolas comunitárias: 4,8. Nos primeiros anos, o índice da cidade também é superior ao padrão atual para redes metropolitanas no país: 4,6. “Para diminuir as desigualdades em áreas de maior risco, a prefeitura conta com medidas como a implantação da Gratificação de Emprego (GLT), prevista para os 30 mil professores que atuam em unidades com alta rotatividade, e a Gratificação de Acessibilidade Difícil (GDA) para os mais de 59 mil professores que atuam em escolas de difícil acesso”, acrescenta a nota. A prefeitura informou que “a cidade ainda conta com 59 Centros Educacionais Integrados (CEUs), espaços essenciais, muitos deles em áreas de alto risco, que garantem uma educação integral, além do acesso a
lazer, cultura e esporte”.
