A partir das 10h de ontem, terça-feira, as ruas do Conjunto Histórico de São Paulo foram tomadas por uma grande manifestação de professores contra os ataques de Ricardo Nunes à educação pública. Às 16h, mais de dois mil professores estavam nas ruas, que caminharam por mais de 6 horas até a Prefeitura, em direção à Prefeitura, contra as investidas da extrema direita na prefeitura e no estado, superadas pelos planos do governo federal Lula, como a Constituição Federal. Os professores aderiram à greve e certamente continuarão por mais um dia de mobilização hoje, quarta-feira, dia 16.
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No entanto, outro dia, o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que 70% das escolas da rede municipal de ensino devem permanecer abertas durante a greve dos educadores, sob pena de multa diária de R$ 10 mil ao sindicato. A decisão, que não foi tomada pela Justiça do Trabalho – que é a instância judiciária responsável pelas questões trabalhistas –, mas sim pela Justiça Comum, revela o caráter reacionário do Judiciário, totalmente alinhado aos interesses políticos do governo estadual de Tarcísio de Freitas e da prefeitura de Ricardo Nunes.
É mais um ataque direto ao direito de greve da categoria, conquistado após muita luta. E essa greve vem num momento calculado, quando a prefeitura de Ricardo Nunes intensifica sua ofensiva contra os educadores, questionando salários e condições de trabalho e tentando criminalizar a mobilização e o direito fundamental de greve dos professores.Os tribunais, que geralmente são lentos, esquecem, ao afirmar que este é um serviço crucial, que, ao proteger suas rendas e sua educação, os educadores também são responsáveis. Esta não é a primeira vez que os tribunais agem para conter greves. O mesmo ocorreu com as lutas travadas pelos funcionários do metrô recentemente, nas quais a Justiça Comum interferiu com multas absurdas contra o direito à greve. E é um fenômeno internacional, que se intensificou com a pandemia, o uso totalmente aproximado do conceito de “solução crucial” para conter greves. Este é apenas um dos indicadores mais evidentes da degradação das rotinas autônomas após a situação de 2008. Os professores são tratados como cruciais quando se trata de entrar em greve, assim como outras categorias. Depois disso, além de nossas crianças e nossas instituições, eles são negligenciados.
Esses senhores de toga, que matriculam seus filhos nas melhores e mais caras escolas de São Paulo, não se lembram de nossas instituições públicas como necessárias quando a chuva as alagam, ou os telhados caem, quando a energia elétrica acaba, quando não há comida e nas muitas vezes em que as condições mínimas de trabalho e estudo são negadas às crianças e seus educadores. Então, agora, quando milhares se declaram em greve contra um aumento de 2% em 2025 e 2% em 2026, mais uma vez e a pedido do Prefeito Nunes, os juízes se lembram das escolas públicas e consideram a educação e o aprendizado cruciais.
Enquanto a Prefeitura posiciona sua confiança e tem a Justiça como aliada na tentativa de vencer a greve, o grupo agora precisa depositar seu capital ainda mais na força de sua própria mobilização.Defender o direito à greve, métodos que tornam a greve muito mais ampla, cobrando da base a direção dos sindicatos locais dos funcionários para garantir que a direção sindical não desista da luta sob pressão do prefeito reacionário Ricardo Nunes. E unificando com mais categorias que são atacadas por Tarcísio e Nunes, a começar pelos professores estaduais que têm reunião com edital de greve na próxima sexta-feira, dia 25.
A solução não pode ser esperar por decisões judiciais ou negociações a portas fechadas: é fortalecer a greve com mais organização popular, com auto-organização dos funcionários e reprimir sistematicamente essas greves. Defendemos a formação imediata de um comando de greve unificado, já! Para garantir que os educadores e todos os trabalhadores civis tomem a greve em suas próprias mãos! Pela unificação dos professores municipais e estaduais, uma classe, uma luta! Certamente não aprovaremos mais ataques da Justiça, precisamos tornar a greve muito mais ampla!
