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Quando treinava o Grêmio, clube do qual é o maior ídolo da história, Renato Gaúcho não se furtava a críticas quando precisava de folga e ia para as praias do Rio. Após um curto período sem clube, o treinador só trocou de tricolor quando foi apresentado pelo Fluminense, substituindo Mano Menezes. Sua forte identificação com o time, e com o Rio, facilitou muito para que ele pronunciasse suas primeiras palavras neste trecho: “Sempre me senti em casa aqui.”

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Embora o time não seja tão brilhante quanto há três décadas, quando o próprio Renato conquistou o campeonato carioca com o famoso gol de barriga, a chegada do novo técnico revitalizou os tricolores, que venceram os três jogos desde que o gaúcho assumiu. E contagiou a torcida. Contra o Santos, o Fluminense teve o público mais expressivo em casa na temporada, com 46 mil pessoas no Maracanã. Retomar a confiança do Fluminense é um dos objetivos de Renato. O clube passou de campeão da Libertadores a lutar contra o rebaixamento no Brasileirão em um ano. O quarto desafio é nesta quarta-feira, contra o Corinthians, na Neo Química Arena, às 19h30 (horário de Brasília), pelo Campeonato Brasileiro. De volta ao Rio, Renato motiva o Fluminense na busca pela recuperação da autoestima. Foto: Lucas Merçon/ Fluminense Esta é a quinta passagem de Renato como técnico do Fluminense. A primeira, entre 2002 e 2003, foi decepcionante, assim como a terceira (2009) e a quarta (2014). A segunda, em 2007, que o colocou novamente na história do clube.Publicidade Renato, na verdade, havia acabado de ser vice-campeão da Copa do Brasil com o Vasco em 2006. No ano seguinte,Ele levou o Fluminense à final e conquistou seu primeiro título como treinador. No Maracanã, o jogo de ida terminou empatado em 1 a 1 contra o Figueirense. Em Florianópolis, Roger Machado, agora técnico do Inter, marcou o gol da vitória por 1 a 0. A Libertadores do ano seguinte viu mais uma viagem de Renato e do Fluminense. O clube nunca havia chegado à final do torneio e havia derrotado o São Paulo sob o comando de Muricy Ramalho e do Boca Juniors, ainda com Riquelme. O desempenho no Brasileirão, no entanto, foi assustador. Renato Gaúcho levou o Fluminense ao título da Copa do Brasil e ao vice-campeonato da Libertadores, mas teve uma campanha ruim no Brasileirão. Imagem: Fabio Motta/Estadão “O Brasileirão está só começando e quem estiver na frente não vai ganhar todas. Estou a cinco metros da Libertadores do ano que vem, enquanto os outros estão a 5 mil metros. Então, por que eu vou correr cinco mil metros? Deixa o Fluminense ganhar a Libertadores e depois a gente brinca no Brasileirão”, afirmou o técnico na época, com o estilo bufão que mantinha até pouco tempo atrás. A final, perdida nos pênaltis para a LDU, após placares de 4 a 2 em Quito e 3 a 1 no Rio, frustrou as estratégias. No torneio nacional, não houve recuperação. Renato foi dispensado, e o Fluminense escapou direto, na 14ª área, um ponto acima do Z-4. Publicidade e marketing A euforia pelo Fluminense de Renato contagiou a torcida, que teve o maior público do clube em casa em 2025, com 46 mil pessoas no Maracanã, contra o Santos. Imagem: Lucas Merçon/ Fluminense Renato ‘ensaiou’ pedido de desculpas ao São Paulo e esperava ser

convocado

para a seleção nacional,Mas o telefone realmente não tocou. O técnico que chega ao Rio em 2025 é bem diferente daquele de 2008. Mais velho, Renato não repete os mesmos clichês. Seu retorno se ampliou, principalmente com a passagem pelo Grêmio, entre 2016 e 2021, na qual voltou a conquistar a Copa do Brasil, a Libertadores e a Recopa. Desde então, foi vice-campeão continental pelo Flamengo, perdendo para o Palmeiras em 2021, e teve mais uma passagem pelo Grêmio. Mesmo assim, deixou Porto Alegre deprimido, cansado e, principalmente, cansado. Foi exatamente assim que ele recusou Vasco e Santos no início de 2025. “Você pergunta: ‘Que tipo de Renato vem aí?’. É um pouco de tudo. O treinador precisa ouvir os jogadores, trabalhar a parte tática e técnica. Apagar incêndios. Acima de tudo, dar liberdade ao jogador para se revelar. Todos os títulos que conquistei foram parecidos com isso”, previu na apresentação pelo Fluminense. No intervalo entre os clubes, Renato conseguiu ensaiar uma justificativa para o São Paulo. Em 1997, ele quase foi para o Morumbi e também foi apresentado, mas voltou ao Rio e permaneceu no Fluminense. Publicidade: “Com todo o respeito ao São Paulo, é um clube fantástico. Eu disse: ‘Se o Fluminense me pagar, eu fico (no Rio). Não posso usar camisa, não posso me comprometer’. Pediram para eu usar a camisa. Eu disse que não podia, que tinha um acordo com o Fluminense”, disse ele ao Charla Podcast. Para aumentar sua média, o treinador também rejeitou a notícia de que não treinaria um time de São Paulo, brincando sobre seu amor pelo litoral. “Não tem litoral no Sul. Não tem litoral no Paraná. Eu sou especialista. O São Paulo é um clube fantástico”, disse ele, descrevendo sua passagem pelo Grêmio e pelo Athletico.Renato foi apresentado no Morumbi, com a ressalva de que poderia voltar ao Rio, e se recusou a vestir a camisa

porque ainda tinha acordo com o Fluminense. Foto: Televisão Manchete/Reprodução O Corinthians foi outro time paulista que procurou Renato. Não houve acordo, visto que o treinador foi para o Grêmio. “É o que eu digo… quando começa a discussão, e eu tenho um trabalho, gosto de cumprir meu contrato”, resumiu. O período sem trabalhar, aliás, deu a Renato um clima mais descontraído, na praia e em jogos de torcida. O nome voltou a aparecer quando Dorival Júnior foi demitido da seleção brasileira em

28 de março. Renato nunca escondeu o desejo de treinar o Brasil. Segundo o Estadão, ele e a comissão técnica reconheceram, no entanto, que não seria a sua vez. Cinco dias após a saída de Dorival, o Fluminense revelou seu novo treinador. “Jamais vou ficar esperando um convite da seleção nacional. Quero jogar pelo Fluminense e aceitei na hora. A seleção brasileira é um desejo, mas se acontecer, será regular. Não vou forçar nada”, descreve o técnico. Renato Gaúcho foi um dos pilares da conquista do Fluminense no Campeonato Carioca de 1995. Foto: Luiz Morier/Estadão Conteúdo Sem chances de estar na próxima Copa do Mundo, Renato tem a Copa do Mundo de Clubes com o Fluminense

no meio do ano, além de uma agenda movimentada com o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Sul-Americana. Verdade ou não, o técnico não atuou no Campeonato Carioca deste ano, exatamente um mês após seu gol da vitória em 1995.

A retrospectiva da partida deu o gol ao meia Aílton,Mas foi a imagem do camisa 7 que acabou imortalizada ao vencer o supertime Flamengo, com Sávio e Romário – ainda sem Edmundo. Foi exatamente assim que ele conquistou o título de “Rei do Rio”, da imprensa carioca, derrotando o próprio Baixinho, Túlio Maravilha, do Botafogo, e Valdir Bigode, do Vasco. Com o rei na barriga teimosa ou não, Renato tenta conquistar seu trono no Rio.

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