Entre janeiro e fevereiro de 2025, 1.333 alianças e anéis de casamento foram levados por assaltantes — em comparação com 851 nos dois primeiros meses de 2024. Os dados são do site de transparência da SSP. 1 de 3 Médica Marília de Godoy Dalprá, que foi alvo de um violento ataque por criminosos no Parque Continental, em SP. Ela exibiu a mão ferida pelos criminosos. — Foto: Reprodução/TV Globo
Médica Marília de Godoy Dalprá, que foi alvo de um violento ataque por bandidos no Parque Continental, em SP. Ela exibiu a mão ferida pelos bandidos. — Foto: Reprodução/TV Globo
Consideradas um sinal de união e dedicação, as alianças têm chamado cada vez mais a atenção de criminosos em São Paulo.
Em fevereiro, uma médica foi chutada e teve o dedo agredido por um criminoso durante um arrombamento. No mês seguinte, um funcionário da CET foi demitido e morto em uma tentativa de arrombamento. Em abril, um engenheiro morreu ao tentar atropelar um ladrão para impedi-lo de escapar. Todos os três incidentes tiveram o mesmo alvo: a aliança. O estado de São Paulo teve 22 alianças roubadas ou furtadas por dia nos primeiros dois meses de 2025, em comparação com o mesmo período de 2015. Os dados são do portal de transparência da Secretaria de Defesa Pública (SSP). Os dados revelam o número de registros de arrombamento e roubo, não o número de alianças e alianças roubadas. Como é possível que mais de um item tenha sido furtado por caso, o número pode ser maior do que o número de documentos. Em março, o preço do ouro atingiu, pela primeira vez na história, a marca de US$ 3.000 (R$ 17.000) por onça (31 gramas).à medida que a demanda pelo metal valioso aumenta em meio à imprevisibilidade econômica sobre o impacto de uma guerra profissional global.
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Procurada, a SSP informou que a “Polícia Civil realiza investigações focadas em desmantelar as redes criminosas que atuam no mercado privado dessas coisas e executa ações de inteligência”. (Confira a mensagem completa abaixo.)
De acordo com o levantamento do g1, entre janeiro e fevereiro deste ano, pelo menos 1.333 alianças e anéis de casamento foram levados por assaltantes — em contraste com 851 nos dois primeiros meses de 2024. Ou seja, um aumento de 56%.
Só a capital paulista representa 57% dos casos, liderando o ranking das cidades mais perigosas para esse tipo de atividade criminosa.
Entre as 10 cidades com maior número de ocorrências, sete ficam na Região Metropolitana de São Paulo. São elas: Santo André, Osasco, Taboão da Serra, Embu das Artes, Guarulhos, São Bernardo do Campo e Diadema.
O levantamento também mostra que nove em cada dez ocorrências ocorreram em vias públicas, totalizando 1.198 ocorrências. Em seguida, vêm residências (59) e estacionamentos (13).
O horário do dia também influencia: a manhã é o período mais perigoso, com 462 ocorrências, seguido pelo meio-dia (409), noite (315) e madrugada (108).
Como existem alianças de alto valor, também vemos um aumento no preço do ouro, principalmente em um momento de incerteza econômica. Começamos a observar que os infratores têm se concentrado exclusivamente em alianças,que infelizmente acaba sendo uma tendência no estado de São Paulo– Rafael Alcadipani, professor de Segurança Pública da FGV-SP, em reunião com a SP1 2 de 3 Arrombamentos e furtos de alianças em SP no 1º bimestre de 2025– Foto: Art/g1
Roubos e furtos de alianças em SP no 1º bimestre de 2025– Imagem: Art/g1
3 de 3 Médica tem costela quebrada por assaltante que atacou seu dedo para roubar aliança– Foto: Recreação
Médica tem costela quebrada por assaltante que atacou seu dedo para roubar aliança– Foto: Recreação
O que a SSP afirma
“A SSP intensificou as ações para combater os arrombamentos de objetos de valor, como relógios e joias de luxo, incluindo alianças. A Polícia Civil realiza investigações com o objetivo de desmantelar redes criminosas que atuam no mercado privado de essas coisas e realiza ações de conhecimento, com o objetivo de determinar os responsáveis por essas atividades criminosas e seus fatores de venda. Além disso, a Polícia Militar tem ampliado as patrulhas nas áreas mais suscetíveis a esse tipo de crime.
Nos últimos três anos, o quarto Sistema de Investigação de Crimes Contra a Construção, do DEIC (Departamento Estadual de Investigações de Delitos), tem trabalhado intensamente para lidar com roubos e furtos de relógios de luxo. Nesse período, o dispositivo indiciou 400 pessoas, das quais 160 foram detidas em flagrante. Além disso, foram solicitados 315 pedidos de prisão preventiva e 190 de prisão temporária, com o objetivo de desmantelar quadrilhas ligadas a esse tipo de atividade criminosa.O trabalho da equipe também resultou no cumprimento de 622 mandados de busca e apreensão e na identificação e prisão de 36 receptadores.
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