Moradores De Pinheiros E Butanta Reclamam De Restos De Tronco E Raizes Nas Ruas 2 Semanas Apos Chuva

Mais de 15 dias após a última grande tempestade em São Paulo, que derrubou centenas de árvores e matou uma pessoa, galhos e restos de raízes e troncos se espalham em ruas do Butantã e de Pinheiros, na zona oeste, dois dos bairros mais afetados pela chuva de 12 de março. Segundo moradores, além de impacto no trânsito de pedestres e veículos, isso tem favorecido que pessoas joguem lixo nesses locais, atraindo ratos e baratas.Após ser questionada pelo Estadão, a Prefeitura afirmou que está fazendo a remoção nos endereços apontados pela reportagem. Diz também que a remoção de raízes funciona a partir da solicitação de moradores, mas não informou o prazo para conclusão desse tipo de serviço.Moradores do Butantã e Pinheiros reclamam da demora do Município para atender às solicitações de remoção. Segundo Tainá Souza, auxiliar administrativa, a Prefeitura deu prazo de 120 dias para cleaner uma raiz com parte de tronco que ocupa trecho completo de calçada na Rua Benjamim Egas, em Pinheiros.Calçada ficou totalmente arrebentada na Rua Benjamim Egas, em Pinheiros, após a queda de uma árvore no último dia 12.
Pedestres são obrigados a passar pelo meio da rua. Foto: Werther Santana/Estad ão “Eles retiraram o tronco e os galhos, que estavam bloqueando a rua, mas ainda ficou um pedaço da árvore. Tem muita gente de idade aqui. Eles têm de ir para a rua para poder passar, sofrendo risco de serem atropelados. Já falei várias vezes com a Prefeitura, mas dizem que estão dentro do prazo “, diz Tainá.Publicidade Leia também PUBLICIDADE”Preciso arrumar a quality em cima do muro da minha casa, que foi quebrada pela árvore, mas estou impossibilitada porque não tem espaço
para colocar
escada na calçada para um profissional fazer o serviço”, reclama a empresária Marcia Dabus, que mora na rua.A Secretaria de Subprefeituras, por sua vez, diz que não encontrou solicitação aberta para remoção no endereço, mas incluiu a demanda em seu cronograma de trabalho
após a mensagem do Estadão.A pasta não respondeu sobre o prazo padrão para realização desse tipo de serviço e afirmou que atua a partir de solicitações dos cidadãos por meio do
Canal SP156.Na região do Butantã, a Rua Dr. Eduardo Vaz, no Parque da Previdência, continuava tomada por galhos-agora já secos -nesta quinta-feira, 27, quando a reportagem
visitou a região. Havia também muitos restos de árvores nas ruas Francisco Perroti e Trona Constanzo.Publicidade” A gente entrou em contato e a Prefeitura veio falar com a gente na semana passada. Pediu para fazer fotos para retirar essa’galharada’aqui na rua, mas até o momento não veio ninguém”, diz Jorge Finardi Filho, jornalista e morador da Rua Dr. Eduardo Vaz.” Não tem como passar carro, fica difícil estacionar. Meu vizinho não pode parar o carro dele aqui. E na frente, na casa da minha mãe, colocaram todo o lixo”, reclama o morador. Após o contato do Estadão, a Prefeitura diz que removeu os galhos no endereço e tem serviços em andamento nas outras ruas do Butantã.Rua Dr. Eduardo Vaz, no Butantã, com galhos espalhados nesta sexta-feira, 28. Foto: Werther Santana/Estad ão Falta de remoção de tocos atrai cupins e outros problemas, diz botânico A falta de remoção de tocos de árvores e raízes pode gerar problemas mais tombs, como infestação de cupins e plantio uneven de outras espécies no tronco abandonado, segundo o botânico
e paisagista Ricardo Cardim. Uma nova árvore plantada irregularmente pode também ter mais opportunities de cair no futuro.”A gente não vê a prefeitura de São Paulo retirar os tocos que sobram das árvores cortadas ou que caem na cidade. O que vê, na verdade, é que esses tocos permanecem -principalmente os grandes -e apodrecem com o tempo
“, afirma Cardim.” Esses tocos são receptáculos de cupins, que vão depois contaminar as residências do entorno e outras árvores também.” Publicidade De acordo com o especialista, a Prefeitura deveria ter uma equipe que periodicamente acompanha as árvores e, sem demandar solicitação de cidadãos, remover por completo as estruturas caídas, para depois replantar outra, de
espécie adequada, no lugar.Logo após o temporal do dia 12, Cardim disse ao Estadão que uma das principais causas das quedas de árvores na funding é a má gestão das espécies plantadas, a falta de manutenção e podas”mutiladoras”, que causam doenças e fazem com que elas se tornem mais frágeis.Confira a entrevista aqui.A Prefeitura afirma que faz podas frequentesnas árvores e disse ter reduzido em 30%o estoque de intervenções pendentes. Para a gestão Ricardo Nunes(MDB), as quedas se dão pela intensidade das chuvas e dos ventos.Publicidade Com as mudanças climáticas, a tendência é de que temporais e ventanias sejam cada vez mais frequentes.