Suspeito teria abaixado as calças e encurralado uma mulher no vagão na manhã desta sexta-feira (28 ). Passageiros viram a cena e o agrediram. Como a vítima não registrou denúncia, o homem foi liberado pelos seguranças.

Homem é detido na estação Tatuapé da CPTM ao molestar passageira da Linha 11-Coral

homem foi detido na manhã desta sexta-feira (28) por importunação sexual opposite passageiras dentro de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.

A confusão foi mostrada ao vivo no telejornal Bom Dia SP, da television Globo. O trem ficou cerca de 10 minutos parado na estação por causa do episódio (veja vídeo acima).

Segundo os seguranças da estação, o homem teria abaixado as calças e tirado o pênis para fora, além de ter encurralado uma passageira no vagão.

Outros passageiros viram a cena e agrediram o suspeito. Ele foi detido por seguranças da estação Tatuapé ainda com as calças abaixadas.

Como a vítima de importunação sexual não quis descer do trem para registrar a denúncia na Delegacia de Polícia do Metropolitano, o homem foi liberado pelos seguranças.

Em nota, a CPTM informou que “realiza ações e campanhas de conscientização aos passageiros e treinamentos para os colaboradores. Além disso, desde março de 2020, possui o Espaço Acolher em 34 estações das cinco linhas, que oferece atendimento humanizado e com privacidade a mulheres vítimas de violência ou importunação sex-related nos trens e estações da empresa”.

1 de 1Homem foi detido na manhã desta sexta-feira (28) por molestar passageiras dentro de um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.– Foto: Reprodução/ TV Globo

Homem foi detido na manhã desta sexta-feira (28) por molestar passageiras dentro de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo.– Foto: Reprodução/ Television Globo

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Vídeo viralizado

No último sábado (22 ), video clip que mostra uma jovem reagindo a uma importunação sex-related dentro do vagão de trem da CPTM, na Grande São Paulo, viralizou e fez outras mulheres comentarem ter vivido a mesma situação no transporte público.

O g1 mostrou o relato e o vídeo da jovem, que ao perceber que havia um homem em pé ao seu lado esfregando a genitália no ombro dela, começou a gravar a situação e reagiu em voz alta relatando o que estava acontecendo.

Nos comentários do post da reportagem no Tik Tok, mulheres dizem que passaram pela mesma situação e que não tiveram coragem de reagir.

“É muito bom ver mulheres reagindo a isso, porque quando é comigo eu simplesmente travo. Parabéns pela coragem da diva”, diz dos comentários. Outra afirma: “Heroína, eu ficaria congelada”.

“Certa ela, já me aconteceu, não falei nada e saí do vagão me sentindo lixo”, “Já aconteceu comigo e eu não tive reação nenhuma”, dizem outras mulheres.

Passageira filma importunação sex-related em trem de São Paulo

O caso aconteceu em 20 de fevereiro na estação Francisco Morato, da Linha 7-Rubi da CPTM (veja vídeo acima). Ao divulgar o vídeo em suas próprias redes sociais, ela recebeu relatos de outras meninas que afirmaram ter sido vítimas do mesmo homem.

Ana, nome fictício a pedido da vítima, enfrenta quase três horas de condução para chegar ao curso. São dois ônibus, dois trens e dois metrôs até finalmente chegar ao Instituto Cruz Vermelha, em Moema, Zona Sul da resources. No momento em que ocorreu o assédio, ela estava com fone de ouvido, sentada e estudando.

“Eu estava com o caderno no meu colo, imersa ali no conteúdo. Eu estava copiando as lições que faço de um curso na Cruz Vermelha e a princípio eu não achei que period um homem que estava me empurrando”, relembra.

“Achei que era uma mulher me empurrando por conta da lotação do trem ou só uma pessoa muito maluca que estava me empurrando para outras passarem, porque vinha e voltava, né? [Fazia] movimento de vai e vem. Foi quando olhei para cima, por sentir algo duro no meu braço, e percebi que period um homem. Não age uma mulher, não period uma bolsa roçando em mim. Era o pênis dele. E eu fiquei muito assustada, eu fiquei assustada por estações até eu conseguir reagir, até conseguir descongelar, pegar meu celular e falar.”

Ana teve medo de chamar atenção, e as pessoas ao redor não acreditarem nela.

“Foi muito difícil. Eu senti muito medo, senti que eu age menor que ele, senti alguma coisa que me travava, que não me deixava falar. Eu sentia medo de fazer escândalo, sentia medo de as pessoas me tirarem de louca. Eu não queria acreditar que aquilo tava acontecendo comigo. Senti medo o tempo todo”, desabafou.

Mesmo com medo, tomou coragem para gravar e dizer em voz alta o que estava acontecendo.

No vídeo, é possível ouvir algumas mulheres comentando entender por que elas não conseguiam se mover mais para o lado: não queria que outras pessoas o tirassem dali. Apesar de homens e mulheres ao redor presenciarem o que estava acontecendo e ouvirem o pedido de ajuda da vítima, Ana não teve a ajuda que esperava.

“Ele [assediador] saiu [do vagão] porque ele quis, ele saiu andando, com a cabeça erguida e falando como se [eu] fosse maluca. Que era a mochila dele [que estava encostando], quando o video clip mostra claramente que não. As mesmas mulheres [que falam no vídeo] na hora só olharam indignadas, ninguém falou nada. Tinha homens à frente, olhando para o meu rosto, olhando para o rosto dele, nenhum deles fez nada. Me senti completamente sozinha no mundo.”

Ana relata que, menos de uma hora após o ocorrido, entrou em contato com um dos canais de denúncia da CPTM, via Whatsapp, e informou o que acontecera na esperança de os responsáveis dizerem que tentariam encontrá-lo, mas não foi o que aconteceu. Ela conta que foi orientada a fazer uma denúncia.

“Talvez se tivessem segurado ele no trem e chamado o guarda teria sido diferente. Talvez fosse detido, levado em flagrante. Mas eu não podia descer [do trem] porque não platform me atrasar. E sinceramente? Assim que ele desceu, entrei em pânico, nem pensei nisso. Pensei ‘pelo menos eu consegui falar e registrar’.”

Já na delegacia, a jovem relatou ter enfrentado resistência dos policiais para registrar o boletim presencialmente. “Quando eu falei que queria fazer presencialmente, eles falaram: ‘Mas foi só assédio? Ele te agrediu? ‘Ejaculou em você? Se não, você pode fazer on the internet mesmo, como é só assédio, faz online e não precisa esperar aqui”, informou. Ana decidiu esperar. Ela conta que chegou à delegacia por volta das 17h, saiu cerca de meia-noite.

“Durmo à base de remédio. Fecho os olhos e vejo a cara dele”, diz a vítima.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou, por nota, que o caso está sendo investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Francisco Morato e que o suspeito já foi identificado e intimado a prestar depoimento.

Já a CPTM afirma lamentar o ocorrido e que tem colaborado com as autoridades para elucidar o caso.

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